São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

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Investir pela internet pode não compensar

Se valor disponível for baixo, aplicação será reduzida pelas taxas cobradas por corretoras e na execução de ordens de compra

Para fazer aplicações pelo computador de sua casa, o investidor tem de realizar pesquisas sobre empresas e diversificar suas opções

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Investir pela internet em ações de empresas para fugir das altas taxas cobradas pelos fundos de investimento em ações pode não compensar se o valor disponível for muito pequeno. Também entre corretoras há diferenças nas taxas cobradas, e o investidor tem de pesquisá-las e comparar seu custo com o dos fundos.
Há taxas nas operações em Bolsa de Valores, a cada ordem executada, tanto de compra como de venda de papéis.
Muitas corretoras não exigem uma aplicação mínima, mas em outras o investidor tem de aplicar determinada quantia para se tornar cliente. Na corretora Ágora, por exemplo, o investidor deve dispor de ao menos R$ 5.000 para a aplicação em ações.
"Para ter retorno do investimento, não compensa aplicar R$ 100, porque há um custo de R$ 20 a cada ordem de compra e de venda, além da taxa de custódia e de emolumentos", diz Hélio Pio, gerente da Ágora.
Para André Siqueira, gerente de homebroker da Fator Corretora, o valor para começar o investimento não precisa ser alto. "Não há um valor mínimo para operar pela corretora."
A taxa de custódia não incide nas operações, mas é cobrada pelo serviço de guarda das ações e administração dos proventos recebidos, como crédito de dividendos, que as câmaras de liquidação e de custódia prestam a clientes.
Muitas corretoras, como Fator, Socopa, Concórdia e BanifInvest não cobram taxa de custódia. Onde ela é cobrada, como na Ágora, para clientes que não fazem nenhuma negociação de compra e de venda durante o mês, o custo é de R$ 6.
A taxa de emolumentos é fixa, e, embora vá para a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), é descontada pela corretora. É de 0,035% do volume financeiro negociado.
Não é simples comparar os custos em cada corretora. Eles variam muito, e dependem de quanto o investidor irá aplicar e com que freqüência pretende operar. Há ainda descontos progressivos, e em alguns deles, há até o uso de milhas, a cada R$ 1 negociado, a cada R$ 10 depositados e a cada negócio realizado acima de R$ 1.000.
Algumas corretoras, como a Fator, oferecem descontos de acordo com a quantidade de operações realizadas no dia. A cada operação feita no mesmo dia o valor cobrado cai.
O administrador de investimentos Fábio Colombo sugere cotejar os custos da aplicação em um fundo de ações, cujas taxas giram, em média, em torno de 3% a 4%, e pelo homebroker (pela internet).
"Se vai aplicar num fundo de ações, a 3% ao ano, vale comparar esse percentual com o custo da aplicação via internet, com as taxas de compra e venda de ações. Quanto menor o valor, mais caro começa a ficar a aplicação direta." É preciso fazer contas e analisar caso a caso.
"A pessoa pode se iludir e sair mais caro que aplicar num fundo de investimentos em ações."
Colombo lembra que, com uma pequena quantia, fica difícil para o investidor diversificar a aplicação, o que aumenta o risco do investimento.
Uma carteira bem diversificada, com ao menos seis papéis, reduz o risco, se forem de setores diferentes, de modo que, se algumas ações se desvalorizarem, outras podem subir, amortecendo as perdas.
Para investir no homebroker é necessário fazer a "lição de casa", dizem especialistas: pesquisar sobre as empresas e procurar diversificar a aplicação. Sites das corretoras trazem simuladores do custo de operar pelo computador.


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