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Investir pela internet pode não compensar
Se valor disponível for baixo, aplicação será reduzida pelas taxas cobradas por corretoras e na execução de ordens de compra
Para fazer aplicações pelo computador de sua casa, o investidor tem de realizar pesquisas sobre empresas e diversificar suas opções
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Investir pela internet em
ações de empresas para fugir
das altas taxas cobradas pelos
fundos de investimento em
ações pode não compensar se o
valor disponível for muito pequeno. Também entre corretoras há diferenças nas taxas cobradas, e o investidor tem de
pesquisá-las e comparar seu
custo com o dos fundos.
Há taxas nas operações em
Bolsa de Valores, a cada ordem
executada, tanto de compra como de venda de papéis.
Muitas corretoras não exigem uma aplicação mínima,
mas em outras o investidor tem
de aplicar determinada quantia
para se tornar cliente. Na corretora Ágora, por exemplo, o
investidor deve dispor de ao
menos R$ 5.000 para a aplicação em ações.
"Para ter retorno do investimento, não compensa aplicar
R$ 100, porque há um custo de
R$ 20 a cada ordem de compra
e de venda, além da taxa de custódia e de emolumentos", diz
Hélio Pio, gerente da Ágora.
Para André Siqueira, gerente
de homebroker da Fator Corretora, o valor para começar o investimento não precisa ser alto.
"Não há um valor mínimo para
operar pela corretora."
A taxa de custódia não incide
nas operações, mas é cobrada
pelo serviço de guarda das
ações e administração dos proventos recebidos, como crédito
de dividendos, que as câmaras
de liquidação e de custódia
prestam a clientes.
Muitas corretoras, como Fator, Socopa, Concórdia e BanifInvest não cobram taxa de custódia. Onde ela é cobrada, como
na Ágora, para clientes que não
fazem nenhuma negociação de
compra e de venda durante o
mês, o custo é de R$ 6.
A taxa de emolumentos é fixa, e, embora vá para a Bovespa
(Bolsa de Valores de São Paulo), é descontada pela corretora. É de 0,035% do volume financeiro negociado.
Não é simples comparar os
custos em cada corretora. Eles
variam muito, e dependem de
quanto o investidor irá aplicar e
com que freqüência pretende
operar. Há ainda descontos
progressivos, e em alguns deles,
há até o uso de milhas, a cada
R$ 1 negociado, a cada R$ 10 depositados e a cada negócio realizado acima de R$ 1.000.
Algumas corretoras, como a
Fator, oferecem descontos de
acordo com a quantidade de
operações realizadas no dia. A
cada operação feita no mesmo
dia o valor cobrado cai.
O administrador de investimentos Fábio Colombo sugere
cotejar os custos da aplicação
em um fundo de ações, cujas taxas giram, em média, em torno
de 3% a 4%, e pelo homebroker
(pela internet).
"Se vai aplicar num fundo de
ações, a 3% ao ano, vale comparar esse percentual com o custo
da aplicação via internet, com
as taxas de compra e venda de
ações. Quanto menor o valor,
mais caro começa a ficar a aplicação direta." É preciso fazer
contas e analisar caso a caso.
"A pessoa pode se iludir e sair
mais caro que aplicar num fundo de investimentos em ações."
Colombo lembra que, com
uma pequena quantia, fica difícil para o investidor diversificar
a aplicação, o que aumenta o
risco do investimento.
Uma carteira bem diversificada, com ao menos seis papéis,
reduz o risco, se forem de setores diferentes, de modo que, se
algumas ações se desvalorizarem, outras podem subir,
amortecendo as perdas.
Para investir no homebroker
é necessário fazer a "lição de casa", dizem especialistas: pesquisar sobre as empresas e procurar diversificar a aplicação.
Sites das corretoras trazem simuladores do custo de operar
pelo computador.
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