São Paulo, terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

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Bush vê riscos maiores, mas descarta uma recessão

Para ele, pacote de estímulo à economia será suficiente para garantir expansão

Democrata diz que plano está "longe de ser panacéia" e que é preciso fazer mais para resolver problemas de longo prazo da economia

DA REDAÇÃO

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou ontem os aumentaram os riscos para a economia americana, mas o governo continua a prever uma desaceleração neste ano, não uma recessão;
"O estudo indica que a nossa economia está estruturalmente sólida no longo prazo e que estamos lidando com incertezas no curto prazo", disse o presidente americano na apresentação do relatório econômico anual ao Congresso.
O levantamento não alterou a previsão da Casa Branca para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, de 2,7% -na comparação do quarto trimestre deste ano com o mesmo período de 2007. A estimativa tinha sido reduzida em novembro do ano passado, mas é ainda maior que a de alguns economistas, que dizem acreditar em expansão de 1,6%. O avanço seria maior que o registrado no ano passado, quando a economia do país cresceu 2,5%.
Os EUA cresceram 0,6% no último trimestre do ano passado, o menor avanço desde o mesmo período de 2002, quando se expandiu em 0,2%.
A previsão do relatório do governo é que a taxa de desemprego neste ano ficará em 4,9%, 0,3 ponto percentual superior à do ano passado. Segundo Bush, o pacote de estímulo de US$ 168 bilhões aprovado na semana passada pelo Congresso vai manter "a nossa economia crescendo e o nosso povo trabalhando".
O plano para evitar que a maior economia mundial entre em recessão deve ser assinado por Bush amanhã. Ele prevê que cerca de 137 milhões de pessoas recebam um adiantamento da restituição do Imposto de Renda, que, em boa parte dos casos, deve ficar em até US$ 1.200 -a conta depende de uma série de fatores, como o número de filhos. A previsão é a de que os contribuintes comecem a receber o cheque com a ajuda a partir de maio.
Caso a restituição que a pessoa deveria receber no ano que vem seja maior que a adiantada pelo governo, ela ganhará a diferença. Caso seja menor, o contribuinte não precisa devolver o dinheiro.
A intenção do plano, que inclui ainda isenção fiscal para empresas na compra de equipamentos, é injetar dinheiro na economia, impedindo que ela entre em recessão.
Segundo estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional), o pacote deve acrescentar de 0,2 ponto percentual a 0,3 ponto percentual no PIB dos Estados Unidos do quarto trimestre deste ano. O Fundo prevê que a economia americana crescerá 0,8% nos últimos três meses do ano.
"O dinheiro irá diretamente para trabalhadores, famílias e indivíduos", disse Bush ontem, "Vai ajudar a lidar com as incertezas na economia."
O líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid, afirmou que o pacote deve trazer algum alívio, mas "está longe de ser uma panacéia, e muito mais precisa ser feito para lidar com os problemas de longo prazo da nossa economia".
O presidente americano disse ainda que são necessárias outras medidas para fortalecer a economia do país. Ele pediu que o Congresso torne permanente seu corte nos impostos (tema que é criticado pela oposição democrata) e aprove legislação para o setor imobiliário -epicentro da crise do país.


Com agências internacionais

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