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Bush vê riscos maiores, mas descarta uma recessão
Para ele, pacote de estímulo à economia será suficiente para garantir expansão
Democrata diz que plano está "longe de ser panacéia" e que é preciso fazer mais para resolver problemas de longo prazo da economia
DA REDAÇÃO
O presidente dos Estados
Unidos, George W. Bush, afirmou ontem os aumentaram os
riscos para a economia americana, mas o governo continua a
prever uma desaceleração neste ano, não uma recessão;
"O estudo indica que a nossa
economia está estruturalmente sólida no longo prazo e que
estamos lidando com incertezas no curto prazo", disse o presidente americano na apresentação do relatório econômico
anual ao Congresso.
O levantamento não alterou
a previsão da Casa Branca para
o crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) deste ano, de
2,7% -na comparação do quarto trimestre deste ano com o
mesmo período de 2007. A estimativa tinha sido reduzida em
novembro do ano passado, mas
é ainda maior que a de alguns
economistas, que dizem acreditar em expansão de 1,6%. O
avanço seria maior que o registrado no ano passado, quando a
economia do país cresceu 2,5%.
Os EUA cresceram 0,6% no
último trimestre do ano passado, o menor avanço desde o
mesmo período de 2002, quando se expandiu em 0,2%.
A previsão do relatório do governo é que a taxa de desemprego neste ano ficará em 4,9%,
0,3 ponto percentual superior à
do ano passado. Segundo Bush,
o pacote de estímulo de US$
168 bilhões aprovado na semana passada pelo Congresso vai
manter "a nossa economia
crescendo e o nosso povo trabalhando".
O plano para evitar que a
maior economia mundial entre
em recessão deve ser assinado
por Bush amanhã. Ele prevê
que cerca de 137 milhões de
pessoas recebam um adiantamento da restituição do Imposto de Renda, que, em boa parte
dos casos, deve ficar em até US$
1.200 -a conta depende de
uma série de fatores, como o
número de filhos. A previsão é a
de que os contribuintes comecem a receber o cheque com a
ajuda a partir de maio.
Caso a restituição que a pessoa deveria receber no ano que
vem seja maior que a adiantada
pelo governo, ela ganhará a diferença. Caso seja menor, o
contribuinte não precisa devolver o dinheiro.
A intenção do plano, que inclui ainda isenção fiscal para
empresas na compra de equipamentos, é injetar dinheiro na
economia, impedindo que ela
entre em recessão.
Segundo estimativa do FMI
(Fundo Monetário Internacional), o pacote deve acrescentar
de 0,2 ponto percentual a 0,3
ponto percentual no PIB dos
Estados Unidos do quarto trimestre deste ano. O Fundo prevê que a economia americana
crescerá 0,8% nos últimos três
meses do ano.
"O dinheiro irá diretamente
para trabalhadores, famílias e
indivíduos", disse Bush ontem,
"Vai ajudar a lidar com as incertezas na economia."
O líder da maioria no Senado,
o democrata Harry Reid, afirmou que o pacote deve trazer
algum alívio, mas "está longe de
ser uma panacéia, e muito mais
precisa ser feito para lidar com
os problemas de longo prazo da
nossa economia".
O presidente americano disse ainda que são necessárias
outras medidas para fortalecer
a economia do país. Ele pediu
que o Congresso torne permanente seu corte nos impostos
(tema que é criticado pela oposição democrata) e aprove legislação para o setor imobiliário -epicentro da crise do país.
Com agências internacionais
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