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Iguatemi vai administrar a Villa Daslu
Prédio onde fica a butique de Eliana Tranchesi passa a ser gerenciado por grupo concorrente e integrará novo complexo empresarial
Antigo administrador, BR Malls desistiu do negócio; no complexo empresarial, Iguatemi terá novo shopping ao lado da própria Daslu
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Iguatemi Empresa de
Shopping Centers S.A. assumirá a administração da Villa Daslu a partir do dia 1º de março.
O anúncio foi feito no início
da noite de ontem pela WTorre,
dona do prédio onde fica a butique e que diz ter contratado a
empresa após acordo com a
empresária Eliana Tranchesi,
dona da marca Daslu.
Pelo acordo, a Villa Daslu integrará o Complexo JK, que deverá ser concluído em março do
ano que vem. O complexo, que
fica na marginal Pinheiros, esquina com a avenida Juscelino
Kubitschek, engloba as áreas
vizinhas à Villa Daslu e terá torres com escritórios, hotel e um
shopping. A WTorre e o Iguatemi são sócios desse novo shopping, a ser inaugurado em 2011.
"Com a administração da
Iguatemi, iniciaremos uma nova fase da Villa Daslu. A WTorre escolheu a Iguatemi por entender que são os melhores administradores de shopping
center do mercado. A Iguatemi
tem perfil e foco de atuação voltado para o segmento de classe
média e alta renda, entende
muito bem a necessidade desses clientes, além do ótimo relacionamento com os lojistas.
Dessa forma, poderá extrair o
máximo possível da operação",
disse, em comunicado oficial,
Paulo Remy Gillet Neto, diretor-presidente da WTorre.
Horas antes, Tranchesi havia
afirmado à Folha que o foco de
seus negócios é a expansão da
marca para outras cidades do
país. "O cliente da marca Daslu
vai até a loja independentemente das outras marcas que
estão à venda. Ele quer os produtos da Daslu", declarou. "A
Daslu é a primeira marca de luxo no Brasil e tem muito destaque [fora]. É o nosso tesouro.
Nosso negócio é o "retail" [varejo], e não a coordenação de
condomínio", afirmou.
A parceria chama a atenção
do mercado pelo fato de que,
nos bastidores, Tranchesi sempre estabeleceu, mais que uma
simples concorrência, uma forte rivalidade com Carlos Jereissati, diretor-presidente do
Iguatemi. No comunicado, ele
declarou: "Este projeto será
um grande marco para a cidade
de São Paulo".
BR Malls
Anteontem, a Daslu havia
anunciado a seus lojistas que a
Villa não era mais administrada pela BR Malls, que geriu o
espaço por dois anos, como
uma espécie de administradora
de condomínio -ou seja, gerenciava o aluguel dos espaços
para grifes inquilinas, como a
francesa Louis Vuitton.
Quando o rompimento com a
BR Malls foi anunciado, cresceu o clima de descontentamento dos inquilinos -que já
era grande, devido ao movimento aquém do esperado em
suas lojas.
No comunicado sobre o rompimento da parceria, divulgado
mais cedo, a BR Malls não citou
a crise da Daslu, alvo de denúncias de sonegação. Suas dívidas
fiscais, se somadas, chegam
perto de R$ 1 bilhão com a Secretaria da Fazenda de São
Paulo e a Receita Federal.
A empresa declarou que, nos
dois anos de parceria com a butique, "alcançou os objetivos"
de criar "sinergia com o segmento de luxo para seus shoppings que atuam em tal área" e
apontou "melhora da administração da Villa Daslu, com a redução de suas taxas de vacância
e inadimplência e incremento
da operação".
Contudo, diz a administradora, não é seu objetivo "perpetuar a prestação de serviços de
administração em empreendimentos sobre os quais não detém participação".
De fato, a pura prestação de
serviços é negócio minoritário
da BR Malls -um dos raros
exemplos é o shopping Recreio,
no Rio de Janeiro.
Na maior parte dos casos, como no shopping Metrô Tatuapé, na zona leste de São Paulo, a
empresa é dona ou ao menos
sócia do local.
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