São Paulo, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

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Bolsa sobe 1,66% após acordo de ajuda à Grécia

Dia começou instável com baixa de ações de Vale e Cesp

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo subiu ontem pelo quarto dia seguido com a perspectiva de socorro à Grécia, país europeu mais fragilizado com a política de estímulos para minimizar os efeitos da crise. No Brasil, o Ibovespa teve alta de 1,66% e voltou aos 66.128 pontos, acumulando uma recuperação de 5,36% na semana. No ano, ainda perde 3,59%.
Apesar de não haver detalhes do plano de ajuda à Grécia, prevaleceu ontem nos mercados a percepção de que as contas públicas gregas serão "enquadradas", mas o país terá ajuda dos vizinhos para superar as desconfianças dos investidores.
Pela manhã, a falta de informações precisas e de um plano crível de socorro irritou os analistas locais, impulsionando o pessimismo no continente. A Bolsa de Frankfurt encerrou com baixa de 1,08%, e a de Madri, de 1,71%; a Bolsa de Londres teve alta de 0,57%.
"O mercado simplesmente resolveu passar por cima desse problema. Mesmo que se resolva a questão, as incertezas continuam. Por enquanto, só temos uma boa intenção. O ambiente ainda vai continuar volátil", disse Newton Rosa, economista da SulAmérica.
No Brasil, o Ibovespa chegou a cair 1,08% até o início da tarde, prejudicado também pela decepção inicial com os resultados da Vale, empresa cujo lucro diminuiu quase pela metade no ano passado. No final do dia, no entanto, os analistas se apegaram aos sinais de vendas crescentes para a China e a perspectivas melhores para 2010. As ações ON (com direito a voto), que chegaram a cair 3,91% pela manhã, terminaram o dia com alta de 2,35%. Os papéis PNA (sem voto) terminaram com alta de 1,89%, após perderem 3,10% durante o dia.
As ações PNB (sem voto) da geradora Cesp recuaram 0,66% com a notícia, publicada ontem pela Folha, da desistência do governo de São Paulo de privatizá-la. Durante o dia, os papéis tiveram baixa de até 3,37%. "Demorou, mas caiu a ficha do mercado de que a Cesp não vai ser mais privatizada. Não há condição política para isso", disse Osmar Camilo, analista da corretora Socopa.
No mercado de câmbio, o dólar fechou praticamente estável. A moeda americana subiu 0,05% e terminou o dia negociada a R$ 1,85.
Para hoje, a expectativa é que os mercados se pautem pela cautela, com os investidores mantendo posições defensivas durante o feriado de Carnaval. "Ninguém vai querer arriscar nada com esse grau de volatilidade", disse Newton Rosa.


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