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Rodoanel tem deságio de 61% no pedágio
Consórcio liderado pela CCR vence leilão com tarifa de R$ 1,17 (teto era de R$ 3) além dos R$ 2 bilhões pela outorga
Valor do pedágio deve ser reajustado pelo IPCA já em julho, antes mesmo
de início da cobrança, no final do ano
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Consórcio Integração Oeste, encabeçado pela CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias), venceu ontem o leilão do
trecho Oeste do Rodoanel, oferecendo o menor valor do pedágio para operar os 32 quilômetros de extensão que cortam
as rodovias Raposo Tavares,
Castello Branco, Anhangüera,
Bandeirantes e Régis Bittencourt.
A CCR, em parceria com o
grupo Encalso Construções,
propôs tarifa de R$ 1,1684 para
administrar o Rodoanel -o valor representa 61% de deságio
sobre o teto de R$ 3 estipulado
pelo governo de São Paulo.
"A nossa expectativa era que
[o pedágio] ficasse abaixo de R$
2, mas não contávamos que
chegasse a R$ 1,16. Foi um resultado extremamente satisfatório", afirmou o vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman. Para a concessão do Rodoanel, o governo de são Paulo
combinou o valor da outorga,
de R$ 2 bilhões, com a menor
tarifa de pedágio.
Embora tenha apresentado a
melhor proposta, o consórcio
ainda depende da aprovação da
Artesp (Agência de Transporte
do Estado de São Paulo) para
ser proclamado vencedor. O
processo deve levar 20 dias.
"O Rodoanel é importante
para nós porque tem uma sinergia muito grande com o nosso negócio", afirmou Renato
Vale, presidente da CCR. A
companhia já administra as rodovias Castello Branco, Raposo
Tavares, Anhangüera e Bandeirantes. "Esse é um projeto que
não tem risco de investimento
nem risco de tráfego, porque o
tráfego já está dado", acrescentou. Pelo Rodoanel, passam 145
mil veículos por dia.
Uma vez habilitado, o consórcio passará a cobrar pedágios no trecho Oeste do Rodoanel a partir de novembro ou dezembro, seis meses após a assinatura do contrato de administração, afirmou o secretário de
Estado dos Transportes, Mauro Arce.
O valor-base da cobrança, de
R$ 1,1684, sofrerá o primeiro
reajuste em julho deste ano
-antes portanto de entrar em
vigor-, ao ser acrescido pelo
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do período.
De acordo com o secretário dos
Transportes, o acréscimo deve
girar entre 4,5% e 5%.
Serão ao todo 13 postos de
cobrança instalados nas saídas
para as rodovias. "Assim, o
usuário pagará somente uma
vez", disse Vale.
Com a proposta, a CCR desbancou a empresa espanhola
OHL, principal vencedora do
leilão das rodovias federais,
ocorrido em outubro passado.
Para o Rodoanel, a OHL ofereceu tarifa de R$ 2,2807.
Também participaram do
leilão a BRVias, a construtora
Queiroz Galvão, a Odebrecht e
Equipav.
Investimentos e outorga
Antes da primeira cobrança
de pedágio, o Consórcio Integração Oeste terá de começar a
investir na melhoria do trecho.
A concessão do Rodoanel
prevê investimentos da ordem
de R$ 804 milhões, a serem
executados durante os 30 anos
de concessão. Só no primeiro
ano, a empresa deve investir
cerca de R$ 100 milhões.
Os primeiros investimentos
serão aplicados na melhoria do
trecho, como recuperação de
marginais e melhorias nos
acessos e no pavimento do Rodoanel.
Já o valor da outorga, estipulado em R$ 2 bilhões, deverá
ser pago ao Estado em um prazo de dois anos. Os recursos serão utilizados para o financiamento dos trechos Sul, cujas
obras estão em andamento, e
Leste, ainda no projeto.
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