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"Efeito China" atenuou crise em vários países
ÁLVARO FAGUNDES
DA REDAÇÃO
Com a maioria das grandes
economias globais já tendo divulgado o seu resultado no ano
passado, a constatação é que o
efeito da crise no Brasil foi, apesar de expressivo, menor que o
de boa parte dos seus pares e
que o avanço da China acabou
puxando também vários países.
Ainda que alguns países tenham conseguido crescer em
2009, a maior parte não conseguiu escapar da contração; alguns deles, como a Alemanha ,
com quedas históricas -no caso do país europeu, o recuo foi o
maior desde o fim da Segunda
Guerra. Nesse cenário, a queda
brasileira foi até branda. Emergentes como Rússia e África do
Sul caíram muito mais.
E muitos dos que conseguiram crescer devem parte do resultado à China, que, com seu
consumo de matérias-primas e
outros bens, serviu como uma
espécie de "colchão" para outras economias. O próprio banco central da Austrália apontou
o aquecimento da economia
chinesa (a terceira maior do
mundo) como um dos motivos
para aumentar a taxa de juros.
Exportadora de matérias-primas como minério de ferro,
a Austrália faz parte dos raros
países que chegaram ao fim de
2009 maiores do que em 2008.
A demanda chinesa também
colaborou para o resultado positivo da vizinha Coreia do Sul e
até mesmo do Peru, onde as importações do país asiático cresceram 25% no ano passado, enquanto as vendas gerais peruanas para o exterior caíram 5%.
A Índia, que também cresceu
em 2009, tem um ano fiscal diferente (de abril a março) e, por
isso, o resultado do seu PIB não
pode ser comparado.
Quarto trimestre
O mesmo cenário que ocorreu em todo o ano passado também pode ser traçado para os
últimos três meses de 2009. O
avanço brasileiro, de 2%, foi
maior que o das economias ricas, mas ficou atrás do de alguns emergentes, como Venezuela (alta de 6,6%), que vinha
de um resultado muito ruim no
terceiro trimestre, o que contribuiu para a expansão.
Outros países em desenvolvimento que tiveram crescimento maior que o brasileiro foram
os asiáticos Taiwan, Hong
Kong e Tailândia. Não por acaso, esses países, especialmente
os dois primeiros, têm economias muito ligadas à chinesa.
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