São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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BANCOS
Ajustes provocam despesas
Excel teve prejuízo de R$ 44,2 mi

VANESSA ADACHI
da Reportagem Local

O Banco Excel Econômico fechou 97 com prejuízo de R$ 44,2 milhões. Foi o único entre entre os maiores bancos de varejo a divulgar resultado negativo.
Segundo a diretora executiva do banco, Darci Gomes do Nascimento, o vermelho do balanço é justificado pela "lição de casa" realizada pelo banco no ano passado.
O que a diretora chamou de "lição de casa" foram ajustes ainda decorrentes da absorção do antigo Econômico em maio de 96, que provocaram despesa adicional de R$ 68,9 milhões para o banco em 97.
De acordo com Darci, R$ 39,2 milhões desse total correspondem a gastos para reestruturação da rede de agências e do quadro de funcionários.
O Excel fechou 38 agências deficitárias em 97 e abriu outras 25, reduzindo a presença no Nordeste do país e aumentando no Sul e Sudeste.
O quadro de funcionários do banco, surpreendentemente, aumentou de 5.887 em dezembro de 96 para 6.157 em dezembro de 97. "Tivemos sobreposição de funcionários durante o processo de reestruturação das agências, mas em fevereiro de 98 já houve o corte de 400 funcionários", disse Darci.
Os outros R$ 29,7 milhões das despesas adicionais resultaram do ajuste final de contas com o antigo Econômico. Segundo Darci, alguns itens adquiridos do Econômico estavam registrados por valores superiores aos de mercado e tiveram que ser desvalorizados, o que provocou tais despesas.
Crise asiática
O banco do banqueiro Ezequiel Nasser não passou ileso pela crise asiática de outubro. Segundo Darci, o balanço de dezembro carrega impacto negativo de R$ 20 milhões em função da crise. "São R$15 milhões de provisões para perdas em operações com títulos de renda fixa e R$ 5 milhões de provisões para operações com bradies (títulos da dívida externa brasileira). Mas essas provisões serão revertidas futuramente".
O prejuízo de 97 provocou redução de R$ 69 milhões no patrimônio líquido do banco, que caiu para R$ 530,3 milhões.
Essa redução do capital próprio dos acionistas (patrimônio líquido) aliado a um forte crescimento das operações do banco no ano passado forçará os acionistas a injetar dinheiro novo na instituição.



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