São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

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Venezuela terá PIB menor e mais inflação, diz FMI

DO ENVIADO A WASHINGTON

Se as previsões do FMI estiverem corretas, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deverá enfrentar sérios problemas políticos nos próximos anos.
O Fundo prevê uma combinação entre duas notícias bastante ruins para o país, atualmente inimigo político do governo norte-americano: acentuada queda no ritmo de crescimento e estouro na inflação, provocado, principalmente, pelo aumento do gasto público no país.
A Venezuela cresceu 10,3% ao ano no biênio 2005-06. A previsão de alta no PIB para 2007 é de 6,2%. Para o ano que vem, de 2%. Isso colocaria o país na "lanterninha" da América Latina, com um crescimento equivalente à metade do previsto para a região.
Já a inflação, que fechou o ano passado em 13,6%, passaria para 21,6% em 2007 e pularia para 25,7% no ano que vem.
Nos últimos anos, a Venezuela acelerou rapidamente os gastos públicos relacionados à área social, lastreando essas despesas nas altas receitas e preços obtidos com o petróleo que produz e exporta. O cenário do Fundo Monetário para os preços do petróleo em 2007 e 2008 é de alta moderada, mas longe dos picos alcançados há alguns meses.

Argentina
Na região, a Argentina também está entrando em trajetória semelhante, embora com uma curva bem mais moderada. O crescimento do país de 7,5% previsto para 2007 (8,5% em 2006) deverá cair para 5,5% no ano que vem, mas ainda permanecendo entre os mais altos da América Latina.
A inflação, em contrapartida, deve se manter na casa dos dois dígitos, com tendência de alta. Os preços no país aumentaram 10,9% em 2006, e a previsão é que subam a 12,7% até o final do ano que vem.
A média de inflação prevista para a América Latina é de 5,2% neste ano e 5,7% no próximo. Somente Venezuela e Argentina devem ficar no patamar de dois dígitos. Em países menos desenvolvidos, a inflação é um dos obstáculos que mais atrapalham uma melhor distribuição de renda. (FERNANDO CANZIAN)


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