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POLÍTICA NACIONAL
Petrobras deve atuar de forma alinhada, diz presidente Lula
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva defendeu ontem que a Petrobras deve
atuar de forma alinhada à estratégia de desenvolvimento
do país, em discurso a favor
da retomada da indústria naval brasileira.
Lula participou ontem da
cerimônia de assinatura de
contratos da Transpetro (Petrobras Transporte) com o
Consórcio Rio Naval para a
construção de nove navios. O
valor total do investimento é
da ordem de US$ 866 milhões. As embarcações serão
entregues à Transpetro entre 2009 e 2012. A primeira
etapa do programa de modernização da frota prevê a
encomenda de 26 navios.
Segundo o presidente, à
época da sua candidatura à
presidência em 2002, foi taxado de insano por defender
a retomada da indústria naval no país. Lula afirmou ter
ouvido naquele período que
a Petrobras era "uma caixa
preta" e que preferiria encomendar navios no exterior,
com preços mais em conta.
"Não se trata de mandar na
Petrobras, mas se trata da
Petrobras descobrir que ela é
uma empresa em que o seu
controlador é o governo e ela
tem que se enquadrar dentro
da estratégia de desenvolvimento do país, sem abrir
mão de seus interesses específicos. Para que vale o sacrifício que fizemos para criar
uma empresa desse porte?",
disse o presidente.
A Petrobras é uma empresa de capital aberto. A União
detém 55,7% das ações ordinárias (com direito a voto) da
companhia. Segundo Lula,
caso o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli,
estivesse disposto a comprar
os navios fora, não teria permanecido no cargo. "Eu ia falar: Sérgio, me desculpe, se
despeça de mim e vá embora
da Petrobras", disse.
Segundo Lula, não vale
apenas pensar na economia
para a empresa. "Pensar apenas no econômico em função
do resultado da empresa é
sempre pequeno. (...) Muitas
vezes aquilo que só para a
empresa parece um pouco
mais caro, para o Brasil fica
muito mais barato pela
quantidade de distribuição
de renda que conseguimos
fazer", afirmou.
Em discurso com forte
tom nacionalista, o presidente Lula disse ainda que o país
não pode se limitar a exportar produtos "in natura".
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