São Paulo, quinta-feira, 12 de abril de 2007

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POLÍTICA NACIONAL

Petrobras deve atuar de forma alinhada, diz presidente Lula

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem que a Petrobras deve atuar de forma alinhada à estratégia de desenvolvimento do país, em discurso a favor da retomada da indústria naval brasileira.
Lula participou ontem da cerimônia de assinatura de contratos da Transpetro (Petrobras Transporte) com o Consórcio Rio Naval para a construção de nove navios. O valor total do investimento é da ordem de US$ 866 milhões. As embarcações serão entregues à Transpetro entre 2009 e 2012. A primeira etapa do programa de modernização da frota prevê a encomenda de 26 navios.
Segundo o presidente, à época da sua candidatura à presidência em 2002, foi taxado de insano por defender a retomada da indústria naval no país. Lula afirmou ter ouvido naquele período que a Petrobras era "uma caixa preta" e que preferiria encomendar navios no exterior, com preços mais em conta.
"Não se trata de mandar na Petrobras, mas se trata da Petrobras descobrir que ela é uma empresa em que o seu controlador é o governo e ela tem que se enquadrar dentro da estratégia de desenvolvimento do país, sem abrir mão de seus interesses específicos. Para que vale o sacrifício que fizemos para criar uma empresa desse porte?", disse o presidente.
A Petrobras é uma empresa de capital aberto. A União detém 55,7% das ações ordinárias (com direito a voto) da companhia. Segundo Lula, caso o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, estivesse disposto a comprar os navios fora, não teria permanecido no cargo. "Eu ia falar: Sérgio, me desculpe, se despeça de mim e vá embora da Petrobras", disse.
Segundo Lula, não vale apenas pensar na economia para a empresa. "Pensar apenas no econômico em função do resultado da empresa é sempre pequeno. (...) Muitas vezes aquilo que só para a empresa parece um pouco mais caro, para o Brasil fica muito mais barato pela quantidade de distribuição de renda que conseguimos fazer", afirmou.
Em discurso com forte tom nacionalista, o presidente Lula disse ainda que o país não pode se limitar a exportar produtos "in natura".


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