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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
FGV responde contestação da Fiesp sobre capacidade da indústria
Em trabalho realizado recentemente, a Fiesp contestou o
resultado do indicador de nível
de utilização de capacidade da
indústria de transformação
(Nuci) calculado pela FGV
(Fundação Getulio Vargas). A
base da crítica da Fiesp foi a
comparação dos resultados do
Nuci da FGV com o mesmo indicador calculado pela metodologia da CNI (Confederação
Nacional da Indústria).
Enquanto o Nuci da FGV registrou uma alta de 84,7% para
85,2% de fevereiro para março,
o que indica um descompasso
entre a capacidade da indústria
e a demanda, o mesmo dado
calculado pela CNI indica estabilidade. Com base no indicador da CNI, a Fiesp afirmou
que a indústria estava, sim, capacitada para atender ao crescimento da demanda.
O economista Vagner Ardeo,
vice-diretor do Ibre (Instituto
Brasileiro de Economia da
FGV), afirma que essas diferenças entre esses dois indicadores
é normal. Afinal, as duas pesquisas têm metodologia e alcances distintos e pode haver
diferenças em um mês ou outro, mas, quando se comparam
os dois indicadores num prazo
de tempo mais longo (ver gráfico abaixo), os resultados são
muito parecidos. Os dois indicadores apresentam o mesmo
comportamento.
Ardeo discorda também do
fato de a Fiesp ter manifestado
uma ligeira superioridade à
pesquisa da CNI pelo fato de ter
uma amostra superior à da
FGV. De acordo com a FGV, a
amostra média mensal utilizada é de 1.100 empresas, o correspondente a 40% do faturamento do setor, o que a instituição considera adequado para
uma pesquisa de abrangência
nacional.
Já a pesquisa da CNI ouve
2.300 empresas e visa à geração
de resultados representativos
de 12 Estados brasileiros, o que,
segundo a FGV, demandaria
um tamanho muito maior do
que o que seria necessário caso
o foco fosse exclusivamente o
resultado nacional.
Outra fraqueza apontada pela Fiesp diz respeito à existência de aderência do indicador
da FGV para um determinado
mês com os resultados do mesmo dado da CNI no mês anterior. Com base na série histórica, a FGV não concorda com a
afirmação da Fiesp.
"Pela simples observação do
gráfico (abaixo), percebe-se
que as variações registradas
nos dois indicadores -calculados de maneira completamente independente- são muito
parecidas. O que, contrariamente ao que foi afirmado, indica que essa variável está sendo bem medida pelas duas instituições", afirma a FGV.
Para completar, Vagner Ardeo deixa claro que a FGV jamais manifestou posição quanto à decisão futura do Banco Central- seja em qualquer direção- em relação à possibilidade de elevação dos juros na
reunião do Copom da próxima semana.
FÔLEGO
A nona edição da Meia Maratona Internacional Corpore
Açúcar União, que será amanhã, em São Paulo, terá um Espaço Mulher, reservado às corredoras. A prova, que deve
reunir 11 mil pessoas, registrou neste ano maior participação
feminina, que atingiu 33% do total de inscritos. O número
de estrangeiros também cresceu. A Corpore, que organiza o
evento, fechou para esta edição uma parceria com a SPTurismo, visando ampliar a presença de participantes de fora
da cidade. "Mais de 1.300 de inscritos são de outras cidades
e Estados", diz David Cytrynowicz, presidente da Corpore.
Neste ano, a Corpore terá estandes para divulgar o evento
brasileiro nas competições de Chicago, Berlim e Nova York.
PARA TODOS
A Akakia Cosméticos
espera abrir mais 40 franquias até o final do ano e
chegar a 170. A Akakia
atribui o sucesso da empresa ao aumento do poder de consumo das classes C, D e E. "Nós nos posicionamos para atender,
principalmente, a classe
C. Com a estratégia, aliada ao desenvolvimento de
produtos com qualidade e
bom preço, tivemos resultado", diz Guilherme Jacob, presidente da empresa. A Akakia quer chegar
a R$ 18 milhões em vendas no varejo em 2008.
Estudo diz que álcool é viável em
El Salvador e República Dominicana
A produção de álcool e biodiesel é viável na República Dominicana e em El Salvador, segundo pesquisa técnica da Fundação Getulio Vargas encomendada pelo governo federal
e patrocinada pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de
Exportação e Investimentos).
O estudo de viabilidade é
uma das ações previstas no protocolo de cooperação entre
Brasil e EUA, assinado em março do ano passado e que tem o
objetivo de estimular a produção de biocombustíveis na
América Central e no Caribe.
César Cunha Campos, diretor-executivo da FGV Projetos,
apresentou parte dos resultados na 49º Reunião Anual do
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento). Em El Salvador e República Dominicana,
foram recomendadas para biodiesel as espécies Jatropha curcas (pinhão manso) e girassol.
Segundo Campos, a capacidade de produção em cada um
dos países é de cerca de 24 mil
toneladas de biodiesel por ano.
Atualmente, o BID patrocina
o levantamento técnico no
Haiti e a OEA (Organização dos
Estados Americanos) o financia em São Cristóvão e Névis.
EM CASA
A Comgás registrou mais
de 700 mil clientes residenciais conectados à sua rede
de distribuição atual. A empresa conectou, no mês passado, mais de 8.000 novos
clientes residenciais, contra
4.000 registrados em março
de 2006. O crescimento no
mercado residencial está no
foco da Comgás. Quando foi
privatizada, em abril de
1999, a empresa tinha cerca
de 280 mil clientes conectados.
PRESENÇA
A financeira Losango, do
grupo HSBC, pretende passar de 300 pontos-de-venda
para mil até dezembro de
2009. O objetivo é estar presente em todos os Estados
do país. Neste ano, devem
ser abertos 250 quiosques
de atendimento. A empresa
afirma que a nova estratégia
busca crescimento nas classe C e D no mercado financeiro e compartilhamento
de espaço em agências do
HSBC.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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