São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

FGV responde contestação da Fiesp sobre capacidade da indústria

Em trabalho realizado recentemente, a Fiesp contestou o resultado do indicador de nível de utilização de capacidade da indústria de transformação (Nuci) calculado pela FGV (Fundação Getulio Vargas). A base da crítica da Fiesp foi a comparação dos resultados do Nuci da FGV com o mesmo indicador calculado pela metodologia da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Enquanto o Nuci da FGV registrou uma alta de 84,7% para 85,2% de fevereiro para março, o que indica um descompasso entre a capacidade da indústria e a demanda, o mesmo dado calculado pela CNI indica estabilidade. Com base no indicador da CNI, a Fiesp afirmou que a indústria estava, sim, capacitada para atender ao crescimento da demanda.
O economista Vagner Ardeo, vice-diretor do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), afirma que essas diferenças entre esses dois indicadores é normal. Afinal, as duas pesquisas têm metodologia e alcances distintos e pode haver diferenças em um mês ou outro, mas, quando se comparam os dois indicadores num prazo de tempo mais longo (ver gráfico abaixo), os resultados são muito parecidos. Os dois indicadores apresentam o mesmo comportamento.
Ardeo discorda também do fato de a Fiesp ter manifestado uma ligeira superioridade à pesquisa da CNI pelo fato de ter uma amostra superior à da FGV. De acordo com a FGV, a amostra média mensal utilizada é de 1.100 empresas, o correspondente a 40% do faturamento do setor, o que a instituição considera adequado para uma pesquisa de abrangência nacional.
Já a pesquisa da CNI ouve 2.300 empresas e visa à geração de resultados representativos de 12 Estados brasileiros, o que, segundo a FGV, demandaria um tamanho muito maior do que o que seria necessário caso o foco fosse exclusivamente o resultado nacional.
Outra fraqueza apontada pela Fiesp diz respeito à existência de aderência do indicador da FGV para um determinado mês com os resultados do mesmo dado da CNI no mês anterior. Com base na série histórica, a FGV não concorda com a afirmação da Fiesp.
"Pela simples observação do gráfico (abaixo), percebe-se que as variações registradas nos dois indicadores -calculados de maneira completamente independente- são muito parecidas. O que, contrariamente ao que foi afirmado, indica que essa variável está sendo bem medida pelas duas instituições", afirma a FGV.
Para completar, Vagner Ardeo deixa claro que a FGV jamais manifestou posição quanto à decisão futura do Banco Central- seja em qualquer direção- em relação à possibilidade de elevação dos juros na reunião do Copom da próxima semana.

FÔLEGO

A nona edição da Meia Maratona Internacional Corpore Açúcar União, que será amanhã, em São Paulo, terá um Espaço Mulher, reservado às corredoras. A prova, que deve reunir 11 mil pessoas, registrou neste ano maior participação feminina, que atingiu 33% do total de inscritos. O número de estrangeiros também cresceu. A Corpore, que organiza o evento, fechou para esta edição uma parceria com a SPTurismo, visando ampliar a presença de participantes de fora da cidade. "Mais de 1.300 de inscritos são de outras cidades e Estados", diz David Cytrynowicz, presidente da Corpore. Neste ano, a Corpore terá estandes para divulgar o evento brasileiro nas competições de Chicago, Berlim e Nova York.

PARA TODOS

A Akakia Cosméticos espera abrir mais 40 franquias até o final do ano e chegar a 170. A Akakia atribui o sucesso da empresa ao aumento do poder de consumo das classes C, D e E. "Nós nos posicionamos para atender, principalmente, a classe C. Com a estratégia, aliada ao desenvolvimento de produtos com qualidade e bom preço, tivemos resultado", diz Guilherme Jacob, presidente da empresa. A Akakia quer chegar a R$ 18 milhões em vendas no varejo em 2008.

Estudo diz que álcool é viável em El Salvador e República Dominicana

A produção de álcool e biodiesel é viável na República Dominicana e em El Salvador, segundo pesquisa técnica da Fundação Getulio Vargas encomendada pelo governo federal e patrocinada pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos).
O estudo de viabilidade é uma das ações previstas no protocolo de cooperação entre Brasil e EUA, assinado em março do ano passado e que tem o objetivo de estimular a produção de biocombustíveis na América Central e no Caribe.
César Cunha Campos, diretor-executivo da FGV Projetos, apresentou parte dos resultados na 49º Reunião Anual do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Em El Salvador e República Dominicana, foram recomendadas para biodiesel as espécies Jatropha curcas (pinhão manso) e girassol.
Segundo Campos, a capacidade de produção em cada um dos países é de cerca de 24 mil toneladas de biodiesel por ano.
Atualmente, o BID patrocina o levantamento técnico no Haiti e a OEA (Organização dos Estados Americanos) o financia em São Cristóvão e Névis.

EM CASA
A Comgás registrou mais de 700 mil clientes residenciais conectados à sua rede de distribuição atual. A empresa conectou, no mês passado, mais de 8.000 novos clientes residenciais, contra 4.000 registrados em março de 2006. O crescimento no mercado residencial está no foco da Comgás. Quando foi privatizada, em abril de 1999, a empresa tinha cerca de 280 mil clientes conectados.

PRESENÇA
A financeira Losango, do grupo HSBC, pretende passar de 300 pontos-de-venda para mil até dezembro de 2009. O objetivo é estar presente em todos os Estados do país. Neste ano, devem ser abertos 250 quiosques de atendimento. A empresa afirma que a nova estratégia busca crescimento nas classe C e D no mercado financeiro e compartilhamento de espaço em agências do HSBC.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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