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É "mentira deslavada" que produção de álcool cause inflação, afirma Lula
DO ENVIADO ESPECIAL A HAIA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva transformou seu
discurso a empresários brasileiros e holandeses, ontem à
tarde, em um verdadeiro comício contra o petróleo e a favor do álcool e do biocombustível. Lamentou, por exemplo, que uma charge em um
jornal local tenha "passado a
idéia de que é o biocombustível que está causando a inflação" (no preço da comida,
porque estaria substituindo a
plantação de alimentos).
Lula até ergueu a voz para
dizer: "É uma falácia, uma
mentira deslavada, de quem
não entende ou não quer entender". O presidente lembrou que há no mundo "1 bilhão de seres humanos vivendo abaixo da linha da pobreza
e 1 bilhão que não conseguem
comer as calorias e as proteínas necessárias", sem que haja produção de biocombustíveis para justificar a escassez.
Depois, afirmou que "o
Brasil está apresentando uma
alternativa [ao petróleo]. Nós
produzimos combustível que
não emite CO2, menos poluente, mais gerador de empregos, portanto muito mais
importante para o mundo
subdesenvolvido".
Sua crítica ao padrão atual
de consumo de petróleo foi
tão entusiasmada que, ao
mencionar uma série de países produtores (Arábia Saudita, Iraque, Qatar), acabou
por citar o Líbano, que não
produz nada de petróleo. Depois, corrigiu para Líbia.
"O que estamos propondo
é democratizar o combustível
no mundo e não permitir que
o controle fique apenas na
mão de 10 ou 12 países", afirmou Lula.
Além dos biocombustíveis,
o presidente vendeu ao empresariado holandês, o que
mais investiu no Brasil em
2007, o PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento):
"Queremos crescer mais,
queremos importar mais e
queremos exportar mais. Por
isso estamos fazendo investimentos de praticamente US$
270 bilhões em obras de infra-estrutura nos portos, aeroportos, ferrovias, rodovias,
gasoduto, hidrelétrica, linha
de transmissão, para que o
Brasil possa oferecer a quem
lá queira investir a segurança
de que não faltará infra-estrutura, logística, suprimento
de energia para que as empresas possam produzir."
(CLÓVIS ROSSI)
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