São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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G7 traça plano para evitar novas crises e mostra preocupação com queda do dólar

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
DA REDAÇÃO

Representantes do G7, grupo dos sete países mais desenvolvidos, endossaram ontem um plano para tentar prevenir novas crises financeiras como a que sacode atualmente os mercados financeiros e que deve comprometer o crescimento mundial em 2008.
Eles também manifestaram preocupações em relação à desvalorização do dólar em relação às principais moedas no mundo, sinalizando que podem tomar iniciativas para conter os efeitos negativos do câmbio.
"A implementação rápida desse plano não apenas vai aumentar a resistência do sistema financeiro global no longo prazo como permitirá a volta da confiança e do funcionamento normal do mercado", afirmaram os representantes de EUA, Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Canadá e Itália, em comunicado.
O plano a ser implementado foi elaborado pelo Fórum para a Estabilidade Financeira, que reúne os principais bancos centrais do mundo e agências regulatórias da área. O objetivo é dar maior transparência ao mercado e a novos mecanismos de aplicações complexos que têm surgido, assim como ampliar o poder de supervisão do Fórum sobre essas operações.
Uma das medidas é ampliar o conhecimento, pelos agentes do mercado, das condições financeiras dos bancos, separando áreas de investimento, por exemplo, dos números gerais.
Perseguirá ainda um aprimoramento do trabalho e avaliações das agências de risco e uma marcação "a mercado" de novos produtos financeiros.
Uma das recomendações é que as instituições financeiras revelem o total de créditos de risco que carregam em suas carteiras, como os empréstimos de segunda linha do setor imobiliário ("subprime"), epicentro da atual crise. Outra é que as agências de risco dêem notas distintas para produtos diferentes de uma instituição financeira, como títulos corporativos e papéis mais complexos, como os lastreados no mercado imobiliário.
O plano também requer que o Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia se certifique de que os bancos terão capital suficiente para manter a liquidez em caso de eventuais perdas como as que têm ocorrido.

Emergentes
Já o Brasil e demais membros do G24 (grupo de nações em desenvolvimento) cobraram ontem do FMI um papel mais ativo na supervisão dos mercados dos países desenvolvidos para evitar novas crises.
"Esta é uma conversa que está atrasada no FMI", disse o ministro Guido Mantega (Fazenda). Para ele, com a mudança em curso no sistema de cotas e da representatividade no FMI dos países em desenvolvimento, o Fundo terá mais legitimidade para tratar o assunto.
Em comunicado conjunto, o G24 disse que a falta de fiscalização de órgãos internacionais nos mercados financeiros "representa um risco para os países em desenvolvimento".


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