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G7 traça plano para evitar novas crises e mostra preocupação com queda do dólar
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
DA REDAÇÃO
Representantes do G7, grupo
dos sete países mais desenvolvidos, endossaram ontem um
plano para tentar prevenir novas crises financeiras como a
que sacode atualmente os mercados financeiros e que deve
comprometer o crescimento
mundial em 2008.
Eles também manifestaram
preocupações em relação à desvalorização do dólar em relação
às principais moedas no mundo, sinalizando que podem tomar iniciativas para conter os
efeitos negativos do câmbio.
"A implementação rápida
desse plano não apenas vai aumentar a resistência do sistema
financeiro global no longo prazo como permitirá a volta da
confiança e do funcionamento
normal do mercado", afirmaram os representantes de EUA,
Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Canadá e Itália,
em comunicado.
O plano a ser implementado
foi elaborado pelo Fórum para
a Estabilidade Financeira, que
reúne os principais bancos centrais do mundo e agências regulatórias da área. O objetivo é
dar maior transparência ao
mercado e a novos mecanismos
de aplicações complexos que
têm surgido, assim como ampliar o poder de supervisão do
Fórum sobre essas operações.
Uma das medidas é ampliar o
conhecimento, pelos agentes
do mercado, das condições financeiras dos bancos, separando áreas de investimento, por
exemplo, dos números gerais.
Perseguirá ainda um aprimoramento do trabalho e avaliações das agências de risco e
uma marcação "a mercado" de
novos produtos financeiros.
Uma das recomendações é
que as instituições financeiras
revelem o total de créditos de
risco que carregam em suas
carteiras, como os empréstimos de segunda linha do setor
imobiliário ("subprime"), epicentro da atual crise. Outra é
que as agências de risco dêem
notas distintas para produtos
diferentes de uma instituição
financeira, como títulos corporativos e papéis mais complexos, como os lastreados no
mercado imobiliário.
O plano também requer que
o Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia se certifique de
que os bancos terão capital suficiente para manter a liquidez
em caso de eventuais perdas
como as que têm ocorrido.
Emergentes
Já o Brasil e demais membros do G24 (grupo de nações
em desenvolvimento) cobraram ontem do FMI um papel
mais ativo na supervisão dos
mercados dos países desenvolvidos para evitar novas crises.
"Esta é uma conversa que está atrasada no FMI", disse o ministro Guido Mantega (Fazenda). Para ele, com a mudança em curso no sistema de cotas e
da representatividade no FMI
dos países em desenvolvimento, o Fundo terá mais legitimidade para tratar o assunto.
Em comunicado conjunto, o
G24 disse que a falta de fiscalização de órgãos internacionais
nos mercados financeiros "representa um risco para os países em desenvolvimento".
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