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Inflação para idosos fica abaixo do índice geral
Terceira idade gasta menos com cesta de compras
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
No primeiro trimestre do
ano, os maiores de 60 anos gastaram menos com a sua cesta
de compras: a inflação dos idosos ficou em 1,37% no primeiro
trimestre -abaixo do índice geral (1,43%).
O resultado do IPC-3I ficou
abaixo do registrado no mesmo
período do ano passado, quando a inflação do idoso chegou a
1,57%. O índice também ficou
abaixo do geral porque o peso
de educação (reajustada no primeiro trimestre) é maior no
IPC, que mede a inflação de todas as faixas de consumo.
Apesar da forte alta de alguns
produtos agrícolas, os alimentos jogaram a favor dos preços
médios do IPC-3I. O grupo subiu 2,47% nos três primeiros
meses deste ano -menos do
que os 4,44% do primeiro trimestre de 2008.
Segundo André Braz, coordenador de Índices de Preço ao
Consumidor da FGV, a redução
dos preços dos alimentos "in
natura", especialmente de legumes e hortaliças, foi decisivo
para a menor pressão do grupo
alimentação.
"São itens muito voláteis, que
subiram menos neste ano por
causa do clima mais favorável",
disse. Os "in natura", que têm
forte peso no índice, subiram
menos.
Tal impacto, diz o coordenador da FGV, neutralizou aumentos expressivos de outros
alimentos, como massas e farinhas (3,98%), pães e biscoitos
(3,09%) e óleos (11,14%).
Todos sobem na esteira do
crescimento do consumo mundial e de algumas restrições na
oferta e na alta de custos de
produção, segundo Braz.
Sem queda rápida
De acordo com o economista,
o mundo demanda mais alimentos atualmente com a inclusão dos mais pobres no mercado de consumo, o que faz esses preços internacionais subirem. Não há perspectiva, diz, de
uma queda rápida dos preços.
Fora os alimentos, as altas do
aluguel (1,57% no terceiro trimestre deste ano), condomínio
(0,46%) e empregado doméstico (1,45%) também puxaram o
indicador da terceira idade para cima.
A FGV espera uma aceleração da inflação do idoso no segundo trimestre deste ano. Os
motivos são as altas já anunciadas de planos de saúde e remédios, itens de grande peso no
consumo dos mais velhos.
Também devem subir mais
os serviços públicos, na esteira
da inflação maior de 2007. É
que serviços como água, energia e telefone fixo carregam nas
contratações a correção atrelada (parcialmente) aos IGPs
(Índices Gerais de Preço).
Segundo Braz, o idoso costuma ficar mais tempo em casa.
Por isso, utiliza mais energia
elétrica, telefone e água e gasta
mais com esses serviços do que
os mais jovens, que trabalham
fora.
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