São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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Inflação para idosos fica abaixo do índice geral

Terceira idade gasta menos com cesta de compras

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

No primeiro trimestre do ano, os maiores de 60 anos gastaram menos com a sua cesta de compras: a inflação dos idosos ficou em 1,37% no primeiro trimestre -abaixo do índice geral (1,43%).
O resultado do IPC-3I ficou abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando a inflação do idoso chegou a 1,57%. O índice também ficou abaixo do geral porque o peso de educação (reajustada no primeiro trimestre) é maior no IPC, que mede a inflação de todas as faixas de consumo.
Apesar da forte alta de alguns produtos agrícolas, os alimentos jogaram a favor dos preços médios do IPC-3I. O grupo subiu 2,47% nos três primeiros meses deste ano -menos do que os 4,44% do primeiro trimestre de 2008.
Segundo André Braz, coordenador de Índices de Preço ao Consumidor da FGV, a redução dos preços dos alimentos "in natura", especialmente de legumes e hortaliças, foi decisivo para a menor pressão do grupo alimentação.
"São itens muito voláteis, que subiram menos neste ano por causa do clima mais favorável", disse. Os "in natura", que têm forte peso no índice, subiram menos.
Tal impacto, diz o coordenador da FGV, neutralizou aumentos expressivos de outros alimentos, como massas e farinhas (3,98%), pães e biscoitos (3,09%) e óleos (11,14%).
Todos sobem na esteira do crescimento do consumo mundial e de algumas restrições na oferta e na alta de custos de produção, segundo Braz.

Sem queda rápida
De acordo com o economista, o mundo demanda mais alimentos atualmente com a inclusão dos mais pobres no mercado de consumo, o que faz esses preços internacionais subirem. Não há perspectiva, diz, de uma queda rápida dos preços.
Fora os alimentos, as altas do aluguel (1,57% no terceiro trimestre deste ano), condomínio (0,46%) e empregado doméstico (1,45%) também puxaram o indicador da terceira idade para cima.
A FGV espera uma aceleração da inflação do idoso no segundo trimestre deste ano. Os motivos são as altas já anunciadas de planos de saúde e remédios, itens de grande peso no consumo dos mais velhos.
Também devem subir mais os serviços públicos, na esteira da inflação maior de 2007. É que serviços como água, energia e telefone fixo carregam nas contratações a correção atrelada (parcialmente) aos IGPs (Índices Gerais de Preço).
Segundo Braz, o idoso costuma ficar mais tempo em casa. Por isso, utiliza mais energia elétrica, telefone e água e gasta mais com esses serviços do que os mais jovens, que trabalham fora.


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