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Bolsa encerra a semana com queda de 2,89%
Notícias negativas dos EUA
desanimam investidores
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa encerrou a semana no vermelho. O balanço do
período mostrou queda acumulada de 2,89% no índice Ibovespa. Somente no pregão de
ontem, a baixa sofrida pela Bolsa foi de 1,48%, o que a levou
aos 62.585 pontos.
O desempenho ruim do mercado acionário internacional,
especialmente o norte-americano, não deu chances para a
Bolsa de Valores de São Paulo
ter um pregão positivo ontem.
O resultado decepcionante
do grupo General Electric, que
apresentou queda em seu lucro
no primeiro trimestre, fez com
que as Bolsas iniciassem as
operações em baixa. A divulgação de nova queda na confiança
do consumidor americano pela
Universidade do Michigan, que
foi a seu pior nível em mais de
duas décadas, azedou de vez o
humor dos investidores.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones registrou perdas de
2,04% ontem. A Bolsa eletrônica Nasdaq, dos papéis de empresas de alta tecnologia, sofreu baixa de 2,61%.
O mercado europeu não teve
melhor sorte: a Bolsa de Frankfurt recuou 1,50%, a de Paris
caiu 1,27%, e a de Londres,
1,17%.
No mercado de câmbio brasileiro, o clima negativo se refletiu na interrupção da depreciação do dólar diante do real, que
se arrastava por oito pregões
consecutivos. Ontem, a moeda
americana encerrou o dia a R$
1,691, em alta de 0,36%.
Para a próxima semana, a
agenda de eventos econômicos
deve trazer ainda mais incertezas ao mercado. Importantes
índices de inflação nos Estados
Unidos estão entre os destaques dos próximos dias.
"A semana que vem será repleta de indicadores importantes, que devem trazer muita volatilidade aos mercados, definindo a tendência de curto prazo", diz Júlio Martins, diretor
da Prosper Gestão de Recursos.
"Com as incertezas em relação
à recessão da economia americana, os dados de produção e
inflação que serão divulgados
ganham ainda mais peso nos
mercados e definirão o rumo da
semana", afirma.
No Brasil, a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) estará no centro
das atenções de analistas e investidores. Apesar de a maioria
do mercado esperar por uma
elevação na taxa básica da economia, a Selic, que está em
11,25% anuais, não há um consenso em torno da decisão que
será tomada pelo Copom.
Durante a semana, a divulgação do IPCA acima do esperado
pressionou os juros futuros, ao
fortalecer a expectativa de alta
da Selic na próxima quarta.
A taxa do contrato DI (que
mostra as expectativas para os
juros) que vence na virada do
ano fechou ontem na BM&F a
12,46%, contra 12,29% de uma
semana atrás.
Ações instáveis
A considerável valorização
de 6,61% registrada pala Bovespa na semana passada havia
animado os investidores. Mas
os últimos pregões mostraram
que a crise permanece e que
cautela na hora de aplicar em
ações ainda é necessária.
O balanço do índice Ibovespa
na semana mostrou que houve
queda em 49 das 63 ações que
estão em sua composição, com
papéis de diversos setores sendo afetados.
A ação ON (ordinária) da Cosan apareceu com a mais pesada desvalorização na semana,
de 11,11%. Outros papéis que tiveram perdas expressivas na
semana foram: Sadia PN (baixa
de 10,83%), Telemar Norte
Leste PNA (-10,52%) e Eletrobras ON (-10%).
A ação PN da Brasil Telecom
Participações foi a que teve o
melhor resultado, ao subir
5,67% no período.
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