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Zona do euro propõe crédito de 30 bi para socorrer Grécia
Com detalhamento do plano de ajuda a Atenas, países esperam conter o nervosismo do mercado
DA REPORTAGEM LOCAL
Os países europeus definiram, ontem, os primeiros detalhes concretos de um pacote
para socorrer a endividada
Grécia, cujas dificuldades financeiras vêm provocando
nervosismo nos investidores e
ameaçando a estabilidade da
moeda comum e da região.
Pelo plano alinhavado durante uma teleconferência entre ministros de Economia, as
16 nações que fazem parte da
zona do euro propuseram emprestar até 30 bilhões a Atenas, cobrando uma taxa de juros de cerca de 5% ao ano, inferior à que os gregos têm pago
atualmente, de 7% a 7,5% ao
ano. O acordo ainda precisa ser
assinado, o que deve acontecer
nos próximos dias.
Desde os primeiros sinais de
problemas na Grécia, há algumas semanas, os europeus sinalizam que podem lhe dar algum suporte, porém não haviam especificado como e em
que montante essa ajuda viria.
"Agora estamos dando o esclarecimento pelo qual os mercados têm esperado, mostrando
que há dinheiro por trás disso
tudo", afirmou Jean-Claude
Juncker, primeiro-ministro e
ministro da Fazenda de Luxemburgo, líder do grupo de
ministros das Finanças dos
países da região. "Fica nas
mãos do governo grego decidir
se quer utilizar esse novo mecanismo ou não."
A Grécia agradeceu a iniciativa, porém frisou que, por ora,
não vai fazer uso desse financiamento especial, pois espera
poder continuar tomando empréstimos normalmente no
mercado -embora o rebaixamento da sua nota de risco pela
agência de classificação Fitch
Ratings, na sexta-feira, para
um nível acima do patamar
classificado como "podre" possa dificultar (e encarecer) as
operações daqui para a frente.
Amanhã, a estratégia do país
será objeto de um grande teste
com uma emissão de títulos soberanos de curto prazo. O resultado mostrará se a demonstração de união dos europeus
será suficiente para conter a
especulação contra a Grécia.
"Com a decisão de hoje [ontem], a Europa envia uma clara
mensagem de que ninguém pode brincar com a nossa moeda
comum, ninguém pode brincar
com o nosso destino conjunto",
disse George Papandreou, o
primeiro-ministro grego, em
comunicado.
Para o presidente da Comissão Europeia, José Manuel
Barroso, a resolução "mostra
que a zona do euro é séria em
fazer o que é necessário para
garantir a estabilidade financeira da região".
O FMI (Fundo Monetário
Internacional) também vai
abrir uma linha de crédito para
a Grécia, mas ainda não definiu
de quanto -segundo autoridades europeias, o volume ficaria
entre 10 bilhões e 15 bilhões. As negociações com o
Fundo começam hoje.
Como o eventual empréstimo europeu teria cobrança de
juros, não quebraria uma lei da
região segundo a qual os países-membros da zona do euro
não podem se socorrer mutuamente, esclareceu Juncker. A
contribuição de cada nação seria proporcional à sua fatia no
capital do BCE (Banco Central
Europeu), que, por sua vez, se
baseia no tamanho da sua economia. E até mesmo Portugal,
Espanha e Irlanda, que igualmente enfrentam dificuldades,
concordaram em participar.
Com agências internacionais
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