|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresa aérea estrangeira ganha espaço
Existem hoje 42 companhias internacionais em operação no Brasil, ante 31 há sete anos, mostra levantamento da Anac
Empresas brasileiras, que detinham 41% do mercado internacional em 2003,
hoje são responsáveis
por apenas 35% dos voos
MARIANA BARBOSA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a economia brasileira
no centro das atenções, o número de companhias estrangeiras que querem voar para o
Brasil não para de crescer.
Existem hoje 42 estrangeiras
voando regularmente para o
Brasil, ante 31 há sete anos,
quando a velha Varig ainda era
relevante nesse mercado.
E elas não param de chegar. A
colombiana Aero República
acaba de receber autorização.
Outras duas empresas latinas e
mais a Qatar Airways já manifestaram interesse em voar para o Brasil ainda neste ano.
Com o avanço das estrangeiras, o Brasil está hoje mais conectado ao resto do mundo do
que nos tempos da velha Varig,
que chegou a ter voos regulares
até para o Japão e Hong Kong.
Em 2003, os voos regulares ligavam o Brasil a 26 países. Hoje, a 30.
Deixamos de voar para Cuba,
mas ganhamos voos para Cabo
Verde (pela TACV), Emirados
Árabes (Emirates), Israel (El Al
Airlines), Turquia (Turkish
Airlines) e China (Air China).
Ao todo, são 45 destinos internacionais, com voos que partem de 16 aeroportos.
"Com o Brasil se tornando
mais importante globalmente,
é natural que tenha uma maior
presença de estrangeiras", afirma o superintendente de regulação econômica da Anac, Juliano Noman. Para ele, o interesse se explica ainda pelo crescimento da demanda por transporte aéreo no Brasil e pela política de liberdade tarifária implementada pela Anac nos últimos anos, que ampliou a concorrência no setor.
Levantamento feito pela
Anac a pedido da Folha mostra
que o número de frequências
semanais do Brasil para o exterior cresceu 66% nos últimos
sete anos. Eram 563 voos semanais em fevereiro de 2003.
Agora são 933 por semana.
Deste total, 604 (65%) são realizados pelas estrangeiras.
As brasileiras, que detinham
41% do mercado internacional
em 2003, hoje são responsáveis
por 35% dos voos.
Uma análise por região mostra que as brasileiras avançaram na América Latina nos últimos sete anos -de 48% para
51%. Em relação à Europa, a
TAM, única operadora brasileira, detém 24% do mercado. Em
2003, TAM e Varig tinham
43%. Apesar de sozinha, a TAM
é a segunda companhia que
mais transporta passageiros do
Brasil para a Europa. Perde
apenas para a TAP, mas deve
passar a companhia portuguesa ainda neste ano.
Nas rotas da América do
Norte, com o aumento do número de companhias norte-americanas, as brasileiras perderam mercado -de 27% para
24%. Mas a TAM, com 24%, é
vice-líder, pouco atrás da American Airlines.
A maior parte do crescimento do número de companhias
estrangeiras se deu nos últimos
dois anos, período em que o governo brasileiro renegociou 26
acordos bilaterais. Por meio
desses acordos, os países estabelecem números de frequência e de companhias autorizadas, entre outras regras.
"Quando a Varig quebrou, o
mercado era fechado e ficamos
quase três anos sem conseguir
repor a oferta que a Varig tinha", diz Noman. "Foi preciso
renegociar os acordos, o que leva tempo. E também esperar
caducar alguns direitos de voos
que a Varig continuava a ter,
mesmo sem operar."
De acordo com o superintendente de relações internacionais da Anac, Bruno Dalcomo,
as renegociações de acordos bilaterais continuam neste ano
-com Chile, México e Índia.
Texto Anterior: Riscos: Países vão precisar coordenar suas políticas, diz FMI Próximo Texto: TAM opera hoje mais voos por semana do que a velha Varig Índice
|