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Fundo DI sofre com saque e retorno fraco
Categoria registra saída líquida de R$ 4,16 bi neste ano, até o último dia 5; rentabilidade em 2010 está em apenas 2,12%
No fim de 2008, os fundos
DI representavam 16,2%
do mercado de fundos;
hoje, categoria responde por apenas 13,3% do total
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
No ano da retomada da alta
da taxa básica Selic, os fundos
DI estão na lanterna. Apesar de
ser a categoria que mais absorve, diretamente, a variação nos
juros básicos da economia, os
investidores ainda não se sentiram estimulados em migrar para esses fundos. Pelo contrário:
a categoria é a que mais perdeu
recursos no ano até o momento.
Os saques líquidos nas carteiras dos DIs alcançaram R$ 4,16
bilhões, até o último dia 5. Em
2009 todo, a saída líquida de recursos ficou em R$ 5,16 bilhões.
Dentre as principais categorias
de fundos do mercado, o DI é o
que registra a rentabilidade
mais tímida acumulada no ano,
de 2,12%, o que explica a falta
de interesse pelo produto.
"Os gestores dos fundos de
renda fixa podem aproveitar
também títulos que pagam a inflação, além do crédito privado,
como CDBs e debêntures, que
se mostraram opções bem interessantes nos últimos tempos.
Isso ajuda a explicar o motivo
de a renda fixa ter, na média,
rendido mais e atraído os investidores", diz Aquiles Mosca, estrategista de investimentos do
Santander Asset Management.
Segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades
dos Mercados Financeiro e de
Capitais), a rentabilidade média dos fundos de renda fixa alcança 2,84% no ano, perdendo
apenas para os fundos de ações.
Apesar de também ser impactado pelas oscilações da taxa básica Selic, a renda fixa dá a
seus gestores uma margem de
manobra bem mais ampla para
montarem as carteiras, buscando as melhores oportunidades.
Os fundos DI precisam ter,
no mínimo, 95% do valor de sua
carteira em títulos ou operações que busquem acompanhar
as variações do CDI ou da Selic
-basicamente títulos públicos
que pagam juros. Nos fundos de
renda fixa, os gestores podem
trabalhar com um leque mais
variado de ativos, como títulos
atrelados a índices de preços e
papéis de dívida privada.
Os fundos DI passaram a perder espaço em 2009, quando a
taxa básica começou a ser reduzida de forma mais intensa pelo
Banco Central, caindo abaixo
da barreira dos 10%.
Participação em queda
No fim de 2008, os fundos DI
representavam 16,18% do mercado brasileiro de fundos. Hoje,
a categoria representa apenas
13,32% do total. Os fundos DI
surgiram no final da década de
90 e chegaram a responder por
mais de 30% da indústria nacional de fundos.
Para o estrategista do Santander, quando a Selic recuperar alguns patamares, os investidores tendem a voltar a colocar recursos na categoria.
"O segmento DI deve voltar a
sentir uma melhora, um retorno de investidores, lá para junho ou julho, quando começar
a dar rentabilidade em torno de
1% ao mês. Isso deve estancar
os saques e trazer um conforto
maior para a categoria", avalia.
Desde março de 2009 que os
fundo DI não conseguem pagar
1% ao mês. Neste ano, a taxa
mensal tem oscilado entre
0,61% e 0,77%. Para complicar
a vida do investidor, a taxa de
administração tem sofrido reduções pequenas nesses tempos de rentabilidade tímida.
Nos fundos DI, a taxa média
de administração -que é cobrada em todos os fundos- recuou de 0,99% em julho de
2009 para 0,93% anual em fevereiro (último dado computado pela Anbima). Além disso, o
investidor tem de enfrentar a
cobrança de Imposto de Renda.
Por isso, a poupança renasceu
como forma de aplicação: está
isenta dessas taxas e impostos.
O segmento DI registra hoje
467 fundos, espalhados por
mais de uma centena de gestores. Na renda fixa, existem
1.263 fundos disponíveis para
os investidores escolherem.
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