São Paulo, sexta-feira, 12 de maio de 2006

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NEGÓCIOS

Distribuição a acionistas está condicionada à aprovação de mudança societária; valor é quase o triplo do de 2005

Telemar acena com R$ 3 bi em dividendos

DA SUCURSAL DO RIO

Em fato relevante divulgado ontem, a Telemar se comprometeu a distribuir R$ 3 bilhões em dividendos aos acionistas neste ano e igual cifra no ano que vem, caso seja aprovada a reestruturação societária anunciada pelos acionistas controladores, no mês passado. O valor representa quase o triplo dos dividendos (R$ 1,1 bilhão) que a companhia distribuiu no ano passado.
No mesmo fato relevante, a empresa informou ter registrado, simultaneamente, no Brasil e nos Estados Unidos, o pedido de registro da oferta de ações que, se aprovado, abrirá caminho para a mudança societária. O pedido foi registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e na SEC (Securities and Exchange Commission).
Também foi oficializada a indicação de Luiz Eduardo Falco, atual diretor-superintendente das empresas Telemar, para o cargo de presidente do grupo, em substituição a Ronaldo Iabrudi. A troca está prevista para 1º de julho.
Esses eventos são conseqüência da proposta de reestruturação societária anunciada no dia 17 de abril, a qual depende de uma série de condicionantes. A principal delas é a aprovação pelos acionistas minoritários, que serão convocados para uma assembléia especial na qual os acionistas controladores não poderão votar.
Outra condicionante é que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprove as mudanças pleiteadas.
Em síntese, os acionistas controladores da Telemar propõem a total pulverização do capital da empresa no mercado de capitais. A Telemar deixaria de ter acionistas controladores; as ações preferenciais ganhariam direito a voto, e seria criada uma nova holding, batizada de Oi Participações.
Na mudança, pelo menos três dos atuais controladores -GP Investimentos, La Fonte e Andrade Gutierrez- venderiam suas ações e sairiam da empresa. Mas o negócio, segundo a própria Telemar, somente se viabilizará se o preço da ação ordinária subir de R$ 88 para R$ 110, e o da preferencial, de R$ 38,5 para R$ 42,00.
O compromisso de distribuição de dividendos maiores está vinculado ao sucesso da restruturação societária. O argumento é o de que a triplicação dos dividendos será possível porque a empresa teria mais flexibilidade para captar recursos no mercado de capitais, com futuras emissões de ações e para se endividar.
Na estrutura atual, a Telemar tem restrições para emitir ações, porque os controladores têm de acompanhar o aumento de capital para não terem suas participações societárias diluídas, e, conseqüentemente, desvalorizadas.
Se a empresa deixa de ter acionista controlador, a avaliação interna é a de que ela poderá lançar ações no mercado com mais freqüência e se capitalizar. O mesmo ocorre com o endividamento. Hoje, ela não pode aumentar seu endividamento porque poderia afetar obrigações financeiras dos controladores. (ELVIRA LOBATO)


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