São Paulo, sábado, 12 de maio de 2007

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Câmbio turbina importado "popular"

Com real forte, lojistas afirmam que conseguem trazer produtos mais elaborados por preços menores

Para associação, importado popular mais "sofisticado", como os de decoração, já atrai consumidores de classes mais altas


Marlene Bergamo/Folha Imagem
"Show room" de importadores de produtos populares, setor em expansão por causa do real forte


MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com o dólar em baixa, as vendas dos chamados produtos importados populares, que custam até R$ 20, devem crescer até 8% em função do Dia das Mães na comparação com a data em 2006, segundo a Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares.
Na data do ano passado, as vendas de produtos populares importados alcançaram R$ 825 milhões. "Para a deste ano, a expectativa é vender principalmente produtos de decoração e utilidade doméstica", afirma Gustavo Dedivitis, presidente da associação de importadores.
A data é a terceira mais importante para o setor, atrás do Natal e do Dia das Crianças. "Hoje conseguimos trazer por R$ 7 porta-retratos que antes não conseguíamos vender por menos de R$ 21."
De acordo com a associação, o câmbio está permitindo a importação de produtos populares mais sofisticados, que são vendidos por preços similares a itens mais simples comercializados antes do real mais forte.
Isso está estimulando, segundo a entidade, compras também da classe B -o público tradicional dos produtos populares são as classes C, D e E.
"Há dez anos vinha muita quinquilharia, itens de baixo valor agregado. Por causa do câmbio, aumentou a qualidade dos produtos, e isso estimula o seu consumo em outras classes", afirma Dedivitis.

Receita em alta
Segundo ele, as vendas de populares importados vem crescendo nos últimos anos: em 2003, totalizaram R$ 5 bilhões; em 2004, foram R$ 6 bilhões; em 2005, R$ 7,5 bilhões; e no ano passado, R$ 9 bilhões. Para este ano, a expectativa é chegar atingir R$ 11 bilhões.
Os importados representam entre 30% e 40% do total das vendas de produtos populares, segundo Dedivitis. Em 2006, estima a associação, a indústria dos produtos chamados "made in China" despejou no Brasil 200 milhões de unidades (de brinquedos a utensílios domésticos e produtos de decoração), uma alta de 66% na comparação com o ano retrasado.
Ele defende que os produtos importados não concorrem com os populares nacionais, já que os importadores não compram de outros países produtos com as mesmas características dos fabricados no Brasil. Segundo Dedivitis, existem hoje cerca de 60 mil pontos-de-vendas desses artigos.


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