São Paulo, sábado, 12 de maio de 2007

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Superávit chinês volta a crescer em abril

Apesar das promessas do governo de reduzir o ritmo das exportações, país vendeu US$ 16,88 bi a mais do que comprou

União Européia continuou a ser o principal parceiro comercial dos chineses, negociando US$ 103,6 bi; Estados Unidos vêm a seguir


DA REDAÇÃO

Depois da surpreendente queda registrada em março, e apesar das promessas do governo de tentar diminuir o ritmo das exportações, o superávit comercial chinês voltou a crescer no mês passado, alcançando US$ 16,88 bilhões, de acordo com a agência estatal de notícias Xinhua.
Mais uma vez as exportações cresceram em ritmo mais intenso do que as importações. Em abril, as empresas chinesas venderam US$ 97,45 bilhões para o exterior, e o país adquiriu US$ 80,57 bilhões em bens produzidos fora.
"Os dados mostram que a desaceleração abrupta de março foi resultado de alguns fatores temporários e a tendência geral de rápido crescimento do superávit não se alterou em nada", disse à Reuters o analista Li Huiyong.
Em março, o superávit chinês ficou em US$ 6,87 bilhões, a menor marca desde fevereiro do ano passado. Ainda assim, a média mensal deste ano, de US$ 15,9 bilhões, é superior à registrada no ano passado, que ficou em US$ 14,8 bilhões.
O bom resultado se deve principalmente a fevereiro, quando os chineses venderam US$ 23,72 bilhões a mais do que compraram em outros países -a segunda maior marca mensal de superávit comercial da história do país asiático.
No mês passado, a União Européia (UE) continuou a ser o principal parceiro comercial da China, negociando US$ 103,6 bilhões com os asiáticos -aumento de 29,5% em relação ao mesmo período de 2006.
No ano passado, pela primeira vez o bloco europeu comprou mais da China do que dos Estados Unidos. Os 25 países da UE importaram US$ 191,5 bilhões dos chineses -expansão de 21%- e US$ 176,2 bilhões dos americanos -crescimento de 8%. As exportações européias para a China cresceram 23% em 2006, para US$ 63,3 bilhões.
Os Estados Unidos permaneceram como o segundo maior parceiro comercial dos chineses em abril. Nesse período, o comércio entre os dois países foi de US$ 91,87 bilhões. O Japão foi o terceiro país que mais negociou com a China.
Os dados divulgados ontem pela agência estatal de notícias apresentam apenas o total comercializado por esses países com a China, além da União Européia. Não há o superávit -ou déficit- chinês nessas relações comerciais.
Como os dados ainda não foram divulgados no site em inglês do Ministério de Comércio da China, não há o resultado da balança comercial do país com o Brasil. Segundo estimativas preliminares do Ministério do Desenvolvimento do Brasil, o país teve superávit com a China de US$ 160 milhões em abril.

Déficit americano
O superávit comercial chinês é um dos temas sensíveis para a administração de George W. Bush. No ano passado, os chineses exportaram US$ 232,5 bilhões a mais do que importaram dos Estados Unidos.
A China é apontada pela oposição democrata, que tem maioria no Congresso, como uma das principais responsáveis pelo déficit americano. O país asiático tem registrado superávits consecutivos nas relações comerciais com os Estados Unidos.
Uma das principais reclamações dos americanos é em relação ao yuan, a moeda chinesa. Segundo a administração de Washington, ela é mantida subvalorizada, favorecendo as exportações asiáticas e prejudicando as exportações americanas.
O déficit comercial dos Estados Unidos com a China encolheu para US$ 17,2 bilhões em março passado, comparativamente aos US$ 18,4 bilhões registrados em fevereiro.
As importações provenientes da China foram as menores desde maio de 2006, enquanto as exportações para o país asiático atingiram recorde.


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