São Paulo, terça-feira, 12 de maio de 2009

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Governo erra na poupança, diz Tendências

A tributação da poupança não resolverá definitivamente o descompasso da rentabilidade da aplicação em relação aos fundos de renda fixa provocado pela redução da taxa básica de juros neste ano. A medida, que ganha força dentro do governo, terá apenas um efeito paliativo na economia por alguns meses. Essa é a opinião de Juan Jensen, economista da Tendências e professor do Ibmec-SP.
Para ele, a essência do problema é a existência de um piso para a rentabilidade da poupança. Hoje, a aplicação tem remuneração garantida de 6% ao ano mais a variação da TR (Taxa Referencial).
O governo estuda mudanças no rendimento da poupança para evitar uma migração de recursos dos fundos de renda fixa para a caderneta, impulsionada pela queda na Selic, que reduz os ganhos dos fundos.
A proposta mais forte dentro do governo é a cobrança de Imposto de Renda sobre os rendimentos a partir de um patamar elevado. "Essa solução não vai na raiz da questão. Quando você mexe na tributação, apenas adia o problema", diz Jensen.
Segundo ele, com as novas reduções no juro básico que devem acontecer neste ano, a poupança voltaria a ser atraente para o investidor dos fundos de renda fixa mesmo tributada.
O que resolveria definitivamente o problema, segundo o economista, é atrelar a rentabilidade da poupança à Selic, mas essa hipótese parece já ter sido descartada pelo governo por razões políticas.
"É uma contradição querer ter um juro básico baixo na economia e não mexer na rentabilidade da poupança", afirma.
Jensen ressalta que a vinculação da rentabilidade da poupança ao juro básico provocaria também uma revisão no SFH (Sistema Financeiro da Habitação), que é alimentado pelos recursos da caderneta.
Segundo ele, a remuneração menor da poupança reduziria o custo do crédito habitacional para os bancos. Se a concorrência fosse estimulada, o juro para crédito imobiliário poderia ser menor, afirma.

Frase

É uma contradição querer ter um juro básico baixo e não mexer na rentabilidade da poupança


JUAN JENSEN
economista da Tendências


SONDA
A brasileira Brasfond anuncia hoje a joint venture com a alemã Bauer para construção de sondas de petróleo de última geração para prospecção "onshore". No investimento de 20 milhões, será criado um novo centro de tecnologia no país.

EM OBRAS
O EB-A (Espaço Brasileiro de Arquitetura) acaba de inaugurar uma filial em Angola. A meta é aproveitar a expansão do mercado de construção civil do país, que está em reconstrução. O escritório quer crescer 20% com as operações angolanas.

SEGURADORES
Caixa, Itaú, HSBC, Santander e Bradesco são os finalistas do prêmio "Os Melhores Grupos Seguradores do País" de 2008, oferecido pela revista "Conjuntura Econômica", editada pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV.

BARRIGA
A partir deste mês, todas as garrafas das bebidas Pernod Ricard chegarão ao mercado brasileiro com um selo de advertência ao consumo de álcool entre as grávidas. O Brasil vai ser o primeiro país da América Latina a receber o selo.

VIAGEM VIRTUAL
Guilherme Paulus, presidente do Conselho de Administração do grupo CVC, inaugurou ontem, em São Paulo, uma loja tecnológica, que reúne parcerias com empresas como IBM, HP e outras. A ideia, segundo Paulus, é passar ao cliente, por meio dos equipamentos e telões, uma experiência próxima do real nos destinos turísticos que a empresa oferece. A loja terá vitrines interativas que simulam as sensações de brisa, umidade da chuva e neve.

NA FILA
Apesar da crise, já há uma fila de 90 interessados em desembolsar pelo menos R$ 2,5 milhões para comprar uma das 22 casas do Condomínio Disegno, no Rio, que será lançado neste mês pela Ximenes Consultoria Imobiliária e pela Incorporadora PR Figueiredo. As casas, de até R$ 4,2 milhões, serão construídas à beira da lagoa de Marapendi.

MACA
Será inaugurado em 2010 o novo Hospital Infantil Sabará, com investimento de R$ 85 milhões. O Hospital Sabará, com 47 anos, já possui uma unidade dedicada ao atendimento pediátrico.

CERVEJA
O governo da Argentina publicou ontem no "Boletim Oficial" uma resolução que retira o tratamento tarifário preferencial do Mercosul a rótulos de cerveja importados da brasileira Dixie Toga pela cervejaria Quilmes.

RÓTULO
Investigação do governo argentino constatou que os rótulos usam papel da Alemanha e, por isso, não cumprem as regras do Mercosul. A resolução diz que, na fase inicial da investigação, o Ministério do Desenvolvimento brasileiro enviou declaração jurada que se revelou falsa, porque dizia que a origem do papel era nacional.


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