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Construção civil tem reajustes salariais acima da inflação
Segundo o Dieese, 94% dos acordos firmados em 2009 foram superiores ao INPC
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar dos reflexos da crise
financeira internacional no
país e de seu impacto na construção civil, os trabalhadores
do setor conseguiram reajustes
salariais acima da inflação em
94% das 68 negociações coletivas feitas no ano passado.
O resultado é inferior ao verificado em 2008, ano em que
97% dos acordos salariais analisados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) na construção obtiveram
aumentos reais.
Os reajustes conquistados
pelos operários do setor no ano
passado são melhores, no entanto, se comparados às negociações de outras categorias
profissionais acompanhadas
pelos técnicos do Dieese. Em
2009, 80% dos 692 acordos
conseguiram aumentos reais.
Os dados constam de estudo
setorial da construção divulgado ontem e levam em conta os
reajustes concedidos em comparação à inflação medida pelo
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O indicador, calculado pelo IBGE, é o
mais usado nos acordos.
Das 68 negociações dos trabalhadores da construção civil
no ano passado, 64 ficaram acima do INPC; uma teve desempenho igual ao indicador e três
não conseguiram repor as perdas da inflação -duas delas foram na região Centro-Oeste e
uma na região Norte.
A remuneração média de um
trabalhador (com carteira assinada) da construção civil no
país é de R$ 1.282,30, segundo a
Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2008, do
Ministério do Trabalho. O valor
é inferior à remuneração média
paga no Brasil, de R$ 1.570.
No ano passado, foram criados 177.185 empregos com carteira assinada no setor da construção civil -resultado menor
do que o verificado em 2008,
quando a criação de vagas formais chegou a 197.868 e o setor
teve o maior crescimento dos
últimos 11 anos (11,94%).
"No ano passado o setor sofreu os efeitos da crise, mas
mesmo assim houve abertura
significativa de vagas. Neste
ano, já foram abertas 127,8 mil
vagas de janeiro a março e a
perspectiva é abrir mais de 200
mil no ano", diz José Silvestre
de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese.
"Se há investimento, há emprego", diz Eduardo Zaidan, diretor do SindusCon-SP.
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