|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CÂMBIO
Imposto do cheque começa a vigorar na 5ª; vencimento de dívidas também empurrra cotação, que vai a R$1,783
Fuga da CPMF pressiona preço do dólar
MARCELO DIEGO
da Reportagem Local
A iminência da entrada em vigor
da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), na próxima quinta-feira, fez
com que bancos antecipassem a
remessa de dólares para o exterior
ontem, para fugir do tributo. A
operação ajudou na elevação do
dólar comercial, que registrou alta
de 1,13% em relação a anteontem.
A moeda fechou cotada a R$
1,783 (no comercial, para venda), o
maior valor desde 25 de março. O
vencimento de US$ 1,441 bilhão
em títulos cambiais na segunda-feira também provocou a escassez
de dólares no mercado.
Não houve intervenção do Banco
Central, vendendo moeda, para
conter a alta.
Aproveitando-se de uma nova
resolução do BC, que permite a liquidação dos contratos de compra
ou venda de moeda estrangeira em
até 30 dias, os bancos resolveram
antecipar suas posições e remeter
dólares para o exterior, fugindo da
cobrança da CPMF.
A partir do dia 17 e por um ano,
todo débito em conta corrente pagará 0,38% de contribuição.
"Os clientes já estão mudando
suas posições para evitar a incidência de imposto. Há uma expectativa de um grande volume de saídas até o dia 16", disse Carlos Alberto Abdalla, da corretora Souza
Barros.
"A antecipação de compromissos gerou uma corrida. Todo mundo saiu atrás de dólar", disse João
Medeiros, da Pioneer Corretora.
Apesar de o dólar comercial ter
tido cotação maior em março, há
uma diferença. Naquela data, a
moeda vinha apresentando queda,
depois de ter atingido R$ 2,16.
Agora, ela está em alta. No dia 1º,
por exemplo, a cotação era de R$
1,74. A expectativa é que o dólar feche a próxima semana na casa de
R$ 1,785.
Outra pressão no mercado de
câmbio foi o fato de que, na próxima segunda-feira, haverá o vencimento de NBC-Es (Notas do Banco
Central, série Especial), títulos que
acompanham a variação da taxa de
câmbio e ainda recebem uma remuneração definida em leilão.
O cálculo da variação cambial leva em conta a cotação do dólar médio medido pelo BC entre o dia do
lançamento do título e a véspera
do vencimento (no caso, ontem).
Para os detentores dos papéis,
quanto maior fosse a cotação do
dólar ontem, mais bem remunerados seriam os títulos. Por isso, os
bancos detentores dos papéis não
colocaram dólares no mercado,
pressionando a alta da moeda.
A estratégia deu resultado. A média dos negócios com a moeda fechou a R$ 1,773 -alta de 0,76%,
segundo o BC.
Para atenuar a pressão, o BC promoveu um novo leilão de R$ 1 bilhão em títulos cambiais, obrigando as instituições a colocarem dólares no mercado.
Texto Anterior: Painel S/A Próximo Texto: Tesouro vai lançar R$ 5 bi em títulos Índice
|