CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio

O ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio, Celso Lafer, culpou ontem o baixo crescimento da economia mundial pelo fato de as exportações brasileiras não estarem crescendo, como o governo desejava, mesmo após a desvalorização do real e a mudança do sistema de bandas cambiais para o regime flutuante.
De janeiro a abril deste ano as exportações brasileiras, em valor, caíram 16,55% em relação ao mesmo período de 98.
"Mais do que o câmbio, é o efeito de crescimento da economia mundial que determina a taxa de expansão das exportações. Como a economia internacional não está crescendo com a mesma rapidez do que em anos anteriores, esse é um dado das nossas dificuldades."
A afirmação de Lafer foi feita em entrevista após reunião geral da Camex (Câmara de Comércio Exterior) realizada na sede do BNDES, no Rio. O ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga Neto, participaram da reunião, mas não deram entrevista.
Lafer afirmou também que o governo vai promover mudanças no Siscomex, o sistema eletrônico de registro do comércio exterior, para reduzir a burocracia nas exportações. "Atualmente é mais fácil importar que exportar", disse.
Mesmo com os números deste ano sendo desfavoráveis, o governo mantém a meta de alcançar exportações de US$ 100 bilhões anuais em 2002 (em 98 foram US$ 51,12 bilhões).
Lafer e o secretário de Comércio Exterior da Presidência da República, José Botafogo Gonçalves, afirmaram que, embora os valores (em dólares) exportados estejam em queda, o volume está em alta. "Isso significa que estamos gerando mais reais e mais empregos dentro do Brasil", disse Gonçalves.


Texto Anterior: Internet gerou em 98 nos EUA US$ 300 bi
Próximo Texto: Venda ao exterior sobe 44% neste ano
Índice