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Calçados chineses conquistam espaço dos brasileiros na Argentina
Importação dos produtos pelo vizinho subiu 91% de janeiro a maio deste ano
FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES
Limitada a uma cota anual, a
venda de sapatos brasileiros à
Argentina variou só 0,1% na
comparação entre os cinco primeiros meses de 2006 e o mesmo período de 2005: foram só
quatro mil pares a mais. Os calçados chineses, porém, entraram com força no mercado vizinho: 1,1 milhão de pares a mais
-incremento de 91,4%.
O Brasil perdeu espaço nas
compras externas de sapatos
pela Argentina. Em 2005, detinha 70% do total. Agora detém
53% dos pares importados.
China, Uruguai e outros países
respondiam por 30%. Agora,
esse bloco responde por 47%
das importações.
A evolução do mercado de
calçados argentino, a que a Folha teve acesso, faz parte de um
conjunto de informações que
serão analisadas hoje em Buenos Aires pela comissão de monitoramento do comércio bilateral. A comitiva brasileira,
chefiada pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho,
proporá o fim das restrições a
produtos brasileiros -calçados, refrigeradores, fogões e
máquinas de lavar.
O pedido brasileiro acontece
depois de o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, enviar uma mensagem
política ao governo argentino.
Quando se reuniu com o presidente Néstor Kirchner há duas
semanas, Furlan afirmou que
era hora de rever os acordos de
cotas por causa da recuperação
econômica do vizinho.
O que aconteceu no mercado
de sapatos também ocorreu,
em menor escala, com outros
produtos de importação restrita. No caso das geladeiras, entre
2003 e 2005 a fabricação argentina do produto cresceu
124%. As importações brasileiras cresceram 13%, e a importação de refrigeradores de terceiros subiu 272%.
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