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Gerdau admite que US$ 4,2 bi foi preço alto pela americana Chaparral Steel
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Grupo Gerdau, o maior do
setor siderúrgico latino-americano, fechou por US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 8 bilhões) a
compra da rival americana
Chaparral Steel, segunda maior
produtora nos EUA de aço estrutural pesado, produto de alto valor agregado utilizado na
construção de pontes e prédios
comerciais sofisticados.
A aquisição é a maior e a mais
cara já feita pelo grupo, que começou a se internacionalizar
ainda nos anos 80 por meio da
compra de siderúrgicas em dificuldades financeiras por um
baixo valor de mercado.
Dessa vez, a Gerdau pagou
14% mais do que o valor das
ações negociadas antes do
anúncio da compra. A negociação chega a quase 25% do valor
de mercado da Gerdau, que
atingiu US$ 18 bilhões na terça.
O presidente-executivo do
grupo, André Gerdau Johannpeter, admite que pagou caro,
mas afirma que o preço reflete
o novo momento da siderurgia
mundial, que passa por uma
onda de fusões e aquisições
sem precedentes desde 2006,
quando a Mittal comprou a Arcelor por US$ 38,3 bilhões.
"É um novo patamar de aquisição da Gerdau, que reflete a
nova realidade. A Gerdau fez
aquisições baratas no passado,
o que criou colchão para essa
compra. Oportunidade como
essa na América do Norte era
única, justificava. Tem de ver as
margens [de lucro]", disse.
O vice-presidente de Finanças da Gerdau, Osvaldo Schirmer, afirma que a Chaparral
tem margem de lucro bruto
(antes de impostos) de 23%
-superior aos 11% da própria
Gerdau Ameristeel.
Com a aquisição, a Gerdau
aumentará em 2,9 milhões de
toneladas sua produção anual
de aço, passando ao posto de
10ª maior siderúrgica do mundo -hoje, é considerada a 14ª.
Os ganhos de sinergia somarão
US$ 55 milhões anuais, valor
que poderá ser dobrado segundo estudos preliminares. A
Chaparral complementa ainda
a atuação da Gerdau, líder no
segmento de vergalhões de aço.
No mercado, analistas se dividiram em relação à aquisição.
O banco UBS afirma que a aquisição é cara e que pode ser negativa para a Gerdau. A
Moody"s disse que pode rebaixar a avaliação da empresa.
Carlos Kochenborger, da Geração Futuro, afirma que o único ponto negativo foi mesmo o
preço. "Como pontos positivos,
podemos citar o mix de produtos e a elevada rentabilidade",
disse. Para Marco Melo, da
Ágora, a Gerdau não deu um
"passo maior do que a perna".
A Gerdau disse que não fará
novas aquisições com preço tão
alto. As ações da Chaparral subiram 10,5% nos EUA, enquanto os papéis PN da Gerdau chegaram a cair 2,82% ontem, mas
fecharam com alta de 0,09%.
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