São Paulo, domingo, 12 de julho de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Queda do IOF deve impulsionar crédito

da Reportagem Local

A emissão de carnês está estabilizada desde o início do ano, mas pode voltar a crescer a partir deste mês por causa da redução do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), de 15% para 6% ao ano.
Desde o início do ano, a Servloj, que administra o crediário de 800 lojas espalhadas pelo país, está emitindo cerca de 60 mil carnês por mês, 40% a menos do que a média mensal do ano passado.
"Com a subida da inadimplência, aumentaram as restrições ao crédito", diz Oswaldo de Freitas Queiroz, diretor-geral da Servloj.
Neste semestre, a emissão de novos carnês deve voltar a crescer em razão da redução do IOF e porque, tradicionalmente, as vendas são maiores nesta época do ano.
A Servloj administra atualmente uma carteira de crédito da ordem de R$ 200 milhões. Chegou a R$ 300 milhões no ano passado. A queda ocorreu depois da crise asiática, no final do ano passado, por causa do aumento dos juros.
Nos cálculos de Queiroz, a soma dos carnês que estão em atraso ou pagos em dia no país é da ordem de R$ 25 bilhões. Considerando que cada carnê financia uma compra de cerca de R$ 400, estima-se que existem cerca de 60 milhões de carnês espalhados pelo país.
Antes do Real, esse número não chegava a 30 milhões. Esse salto é que levou as empresas a sofisticar a maneira de avaliar o crédito.
O Banco Ficsa, que administra o financiamento de veículos para cerca de 5.000 revendas no Estado de São Paulo, já implantou o sistema estatístico para avaliação de crédito na matriz em São Paulo e nos seus escritórios regionais.
A Promocompras, do Banco Santander, responsável pelo crediário de 500 lojas de eletrodomésticos e material de construção em São Paulo e Rio de Janeiro, implantou há um ano o sistema estatístico que cruza dados dos clientes nas lojas que faturam mais de R$ 100 mil por mês.
Raul Júlio Meglior, gerente de crédito da Promocompras, diz que o crédito é avaliado em quatro minutos. Segundo ele, apesar de 10% da venda não ser concretizada com o novo método, a redução do risco de inadimplência compensa.
A inadimplência da empresa é da ordem de 5% sobre a carteira financiada, um ponto percentual a mais do que há um ano. (FF)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.