São Paulo, segunda-feira, 12 de agosto de 2002

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Piora lá pode agravar mais a situação aqui

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma piora no desempenho da economia norte-americana agravaria ainda mais a situação da economia brasileira: dificultaria a retomada das exportações brasileiras e tornaria os investidores internacionais ainda mais cautelosos.
Cerca de 25% das exportações brasileiras vão para os EUA. Outros 25% para a Europa. Como a Argentina, outro importante mercado brasileiro, não deve aumentar suas compras do Brasil devido à grave crise que enfrenta, as exportações brasileiras dependem desses dois mercados para crescerem.
Um prolongamento da recessão norte-americana, no entanto, comprometeria também o crescimento europeu, que depende das vendas para o mercado norte-americano para garantir seu crescimento.
Com a economia mundial crescendo menos, ficaria mais difícil para o Brasil aumentar as exportações e o superávit comercial, objetivo que o país precisa atingir para reduzir a dependência de financiamento externo para pagar suas contas.
Outro efeito negativo seria uma nova retração dos investidores internacionais, que já estão diminuindo há mais de um ano suas aplicações em países emergentes, como o Brasil. Com o crescimento mundial reduzido, a tendência seria engavetar projetos de investimento e colocar os recursos em aplicações consideradas seguras, como os títulos da dívida do governo dos EUA.
Nos dois casos -a dificuldade para aumentar os superávits na balança comercial e a redução dos investimentos estrangeiros-, o Brasil teria problema para diminuir o desequilíbrio externo.


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