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MERCADO FINANCEIRO
Analista avalia que inflação maior em julho era esperada e que pressão sobre preços deve diminuir
Juros futuros caem, apesar do IPCA recorde
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de os dados sobre inflação divulgados ontem pelo IBGE
mostrarem maior pressão sobre
os preços, as projeções futuras de
juros recuaram na BM&F (Bolsa
de Mercadorias & Futuros).
Analistas dizem que era esperada uma pressão maior na inflação
julho e no começo de agosto, em
parte devido a reajustes de preços
administrados. Assim, o mercado
de contratos de juros não sofreu
turbulência extra.
Para Vladimir Caramaschi, economista-chefe da Fator Corretora, a inflação de julho medida pelo
IPCA (0,91%, a maior em 15 meses) deve ser a maior do ano. "A
alta do IPCA decorre principalmente de reajustes de preços administrados. Para agosto, nossa
expectativa é uma queda na inflação", diz Caramaschi.
Nesse cenário, pode diminuir
"o temor existente de que o Banco
Central venha a ser obrigado a
elevar a Selic até o final do ano".
O IPCA é o índice utilizado pelo
BC para monitorar a meta de inflação. Se a taxa subir muito e se
distanciar da meta (5,5%, com tolerância de 2,5 pontos percentuais), as chances de o BC elevar a
Selic (taxa básica de juros da economia) aumentam.
No pregão da BM&F, a taxa do
contrato DI -que acompanha os
juros interbancários- mais negociado, com prazo de resgate na
virada do ano, recuou de 16,70%
para 16,63%.
Para a consultoria LCA, os cortes na Selic só devem ser retomados no primeiro trimestre de
2005. "É improvável que a autoridade monetária retome os cortes
nos juros sem antes observar algum movimento de convergência
para a meta de 4,5% estabelecida
para o próximo ano", afirma em
relatório a LCA.
A Selic está em 16% ao ano. Na
próxima semana, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC)
se reúne para decidir como fica a
taxa básica.
No mercado de câmbio, o dólar
encerrou o dia levemente pressionado. A moeda fechou vendida a
R$ 3,038, com alta de 0,30%. A expectativa era que o dólar tivesse
subido com mais força, devido à
influência do resgate de títulos
públicos cambiais que não foram
renovados.
A Bolsa de Valores de São Paulo
acompanhou o mau desempenho
das Bolsas norte-americanas e a
pressão sobre o petróleo e encerrou o pregão com recuou de
0,77%.
(FABRICIO VIEIRA)
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