São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Analista avalia que inflação maior em julho era esperada e que pressão sobre preços deve diminuir

Juros futuros caem, apesar do IPCA recorde

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de os dados sobre inflação divulgados ontem pelo IBGE mostrarem maior pressão sobre os preços, as projeções futuras de juros recuaram na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Analistas dizem que era esperada uma pressão maior na inflação julho e no começo de agosto, em parte devido a reajustes de preços administrados. Assim, o mercado de contratos de juros não sofreu turbulência extra.
Para Vladimir Caramaschi, economista-chefe da Fator Corretora, a inflação de julho medida pelo IPCA (0,91%, a maior em 15 meses) deve ser a maior do ano. "A alta do IPCA decorre principalmente de reajustes de preços administrados. Para agosto, nossa expectativa é uma queda na inflação", diz Caramaschi.
Nesse cenário, pode diminuir "o temor existente de que o Banco Central venha a ser obrigado a elevar a Selic até o final do ano".
O IPCA é o índice utilizado pelo BC para monitorar a meta de inflação. Se a taxa subir muito e se distanciar da meta (5,5%, com tolerância de 2,5 pontos percentuais), as chances de o BC elevar a Selic (taxa básica de juros da economia) aumentam.
No pregão da BM&F, a taxa do contrato DI -que acompanha os juros interbancários- mais negociado, com prazo de resgate na virada do ano, recuou de 16,70% para 16,63%.
Para a consultoria LCA, os cortes na Selic só devem ser retomados no primeiro trimestre de 2005. "É improvável que a autoridade monetária retome os cortes nos juros sem antes observar algum movimento de convergência para a meta de 4,5% estabelecida para o próximo ano", afirma em relatório a LCA.
A Selic está em 16% ao ano. Na próxima semana, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) se reúne para decidir como fica a taxa básica.
No mercado de câmbio, o dólar encerrou o dia levemente pressionado. A moeda fechou vendida a R$ 3,038, com alta de 0,30%. A expectativa era que o dólar tivesse subido com mais força, devido à influência do resgate de títulos públicos cambiais que não foram renovados.
A Bolsa de Valores de São Paulo acompanhou o mau desempenho das Bolsas norte-americanas e a pressão sobre o petróleo e encerrou o pregão com recuou de 0,77%.
(FABRICIO VIEIRA)


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