São Paulo, domingo, 12 de agosto de 2007

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"Desvalorização do real pode ajudar as exportações'

FOLHA - Quanto tempo vai durar a turbulência?
JOÃO SICSÚ
- Não sei. Não é possível dizer se é passageira ou profunda. Há seis meses, os canais organizadores da economia sustentavam que não havia crise à vista. Pois bem, crises nunca estão à vista!

FOLHA - A crise atual é diferente das ocorridas nos anos 90?
SICSÚ
- Sim. Suas formas e conseqüências são sempre novas. As teorias que tentaram explicar crises foram malsucedidas, porque cada uma é um caso.

FOLHA - A crise chegará à economia real, inclusive a brasileira?
SICSÚ
- A desvalorização cambial dos últimos dias pode resultar até em algo favorável para o setor produtivo. Precisamos de alguma desvalorização para estimular as exportações. É lógico que seria melhor que essa mudança acontecesse como um movimento coordenado pelo governo do que por meio de uma crise, em que não há controle das conseqüências.

FOLHA - O BC tende a ficar mais conservador sobre os juros?
SICSÚ
- Eles estão tendo um cuidado muito grande para não tentar se antecipar aos efeitos da crise e mantê-la restrita aos EUA. O melhor seria manter a rota [diminuição dos juros] e o ritmo [de corte das taxas], além de implementar os instrumentos de expansão da economia, como o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento].

FOLHA - Os BCs americano e europeu agiram bem na crise?
SICSÚ
- Os dirigentes foram mais pragmáticos e menos ideólogos do que os conselheiros econômicos. Se os últimos fossem coerentes, bastaria esperar e agir como a máxima "cada um por si e a mão invisível [do mercado] por todos".

FOLHA - É hora de o pequeno investidor sair da Bolsa?
SICSÚ
- Prefiro não dar palpite.

FOLHA - Fundos brasileiros podem ter prejuízos, como os europeus?
SICSÚ
- Não gostaria de especular em relação a isso também.


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