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Para Fazenda, desoneração será insuficiente
Medida para exportador não compensaria perda com câmbio, avalia ministério, que quer maior atuação do BC
JULIANA ROCHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cobrada pelo presidente Lula a estudar medidas de desoneração para os exportadores, a
equipe econômica do governo
chegou à conclusão de que a redução de tributos não será suficiente para cobrir as perdas do
câmbio desvalorizado.
O Ministério da Fazenda tem
a intenção de desonerar a folha
de pagamentos no ano que
vem. Mas o argumento da cúpula da pasta é que esse alívio
não compensa o prejuízo com a
desvalorização de 20% do dólar
em relação ao real neste ano.
Para a equipe do ministro
Guido Mantega, a solução para
os exportadores é o Banco Central aumentar as compras de
dólares no mercado de câmbio
para elevar a cotação do dólar.
Em maio deste ano, o BC voltou a comprar dólares para segurar a cotação da moeda. Foram adquiridos US$ 8,15 bilhões até o fim de julho. O volume dos primeiros dias de agosto ainda não foi divulgado.
Atualmente, as reservas internacionais estão em US$
212,55 bilhões, um recorde para o país. No último mês, as reservas cresceram cerca de US$
4 bilhões entre as compras do
BC e os juros recebidos pela
aplicação desse dinheiro.
A crise dos exportadores
também será uma oportunidade para Mantega dizer ao presidente Lula que o BC precisa
continuar a cortar as taxas de
juros para tornar o país menos
atrativos a especuladores. A autoridade monetária já sinalizou
que a redução da taxa básica para 8,75% foi a última deste ano.
O governo não tem mais espaço para fazer desonerações
neste ano, mesmo que a proposta para reduzir a contribuição do INSS fique pronta.
Mantega discute com sua
equipe pelo menos duas opções
de alívio fiscal sobre a folha para o ano que vem. As propostas
ainda não chegaram ao Ministério da Previdência, que também vai avaliar a medida antes
de enviar ao presidente Lula.
Uma das possibilidades é fazer um corte gradual de um
ponto percentual por ano. A alternativa é tirar da gaveta antiga proposta de fazer a desoneração por faixa de contribuição.
Os exportadores dizem que
podem perder no ano R$ 48 bilhões de faturamento com a valorização do real, segundo cálculo apresentados pela Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo).
Se a proposta original de desonerar a folha de pagamentos
gradualmente for levada adiante, os empresários terão uma
alívio fiscal de R$ 3,5 bilhões no
primeiro ano. Essa é a renúncia
fiscal que representa cada corte
de um ponto na folha salarial.
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