São Paulo, terça-feira, 12 de setembro de 2000

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ENERGIA
Analistas dizem que aumento da oferta promovido pelo cartel no domingo foi insuficiente; Arábia Saudita tenta deter alta
Mercado ignora Opep, e petróleo sobe mais

DA REDAÇÃO

Os preços do petróleo subiram ontem, ignorando a alta de 800 mil barris diários na produção do óleo, anunciada pela Opep no domingo.
Os principais analistas do setor acreditam que a elevação da oferta é insuficiente para acalmar a instabilidade do mercado, que acompanha sucessivos aumentos nos preços do petróleo desde o início de agosto.
Em Nova York, o barril de petróleo para venda em outubro foi cotado a US$ 35,14, com alta de 4,5% em relação ao fechamento de sexta-feira.
No mercado londrino, o barril de petróleo brent (referência internacional) para venda em outubro encerrou o dia a US$ 33,62, ante US$ 32,75 na sexta-feira.
Tanto em Londres como em Nova York, a cotação dos barris do óleo ficou abaixo dos valores da última quinta-feira, quando registraram recorde de aumento.
A instabilidade do mercado é tanta que qualquer notícia chega a gerar flutuação de dólares no preço do barril do óleo.
Ontem o barril de petróleo chegou a bater novo recorde durante o dia em Nova York, mas recuou diante da declaração de um representante da Arábia Saudita, o maior exportador da Opep, de que iria intervir para deter a escalada de preços. "Não podemos continuar assim", disse ele.

Oferta maior
Um representante do Irã disse ontem que a Opep deve aprovar um novo aumento da produção mundial antes da próxima reunião dos países do cartel, marcada para novembro.
A Opep tem um acordo informal entre seus países, o qual permite que a organização eleve a produção do óleo sempre que a média dos preços de uma cesta de petróleo passar de US$ 28 durante 20 dias seguidos.
Ontem a Agência Internacional de Energia, da União Européia, divulgou um relatório no qual afirma que, se os preços do óleo continuarem nesses níveis, a demanda será menor do que a esperada durante o inverno europeu.

Lei de mercado
A alta de 800 mil barris diários teve como objetivo conter o preço do combustível, que tem batido recordes sucessivos e flutua no nível mais alto dos últimos dez anos.
A decisão, que passa a vigorar a partir de outubro, foi tomada em Viena após encontro informal de quatro horas entre os países-membros da Opep.
Uma reunião extraordinária para reavaliar as condições do mercado foi marcada para 12 de novembro.



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