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EUA preparam ajuda a mais um banco
Expectativa é que venda do Lehman Brothers, em crise aguda, tenha ajuda estatal e seja anunciada no final de semana
Resgate montado pelo
governo americano atrairá
"interessados em bando",
diz o "WSJ'; BofA e HSBC
estão entre os cogitados
Kevin Coombs/Reuters
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Funcionários no escritório do Lehman Brothers em Londres; governo dos EUA estaria preparando venda do banco de investimento
DA REDAÇÃO
O governo americano prepara o resgate do Lehman Brothers, o quarto maior banco de
investimento dos EUA, negociando sua venda para um consórcio formado por várias instituições privadas, disse ontem o
jornal "Washington Post".
Os detalhes do acordo ainda
não foram finalizados, mas a
expectativa é que ele seja anunciado neste final de semana.
Em março, o Departamento
do Tesouro e o Fed (o BC dos
EUA) montaram a venda do
Bear Stearns para o JPMorgan,
mas, segundo o "Wall Street
Journal", a ajuda governamental ao Lehman não seria nos
mesmos moldes. No domingo
passado, o governo lançou um
pacote de ajuda que pode chegar a US$ 200 bilhões para resgatar Fannie Mae e Freddie
Mac, as duas gigantes do mercado de hipotecas.
Além da ajuda do governo, o
Lehman Brothers já está negociando com várias instituições
a sua venda, segundo fontes envolvidas nas negociações. O
Bank of America, o HSBC e outros bancos estrangeiros estariam entre os interessados.
Anteontem, o Lehman disse
que desejava negociar a maior
parte da sua divisão de gerenciamento de investimentos,
mas a necessidade de vender
toda a instituição se intensificou depois que as suas ações
caíram ontem 41,79%. Apenas
nesta semana, os papéis do
banco se desvalorizaram em
73,95%. Segundo a agência
Moody's, ele precisa encontrar
"um forte parceiro financeiro".
Bancos de investimento são
instituições especializadas em
operações como aquisição de
títulos e não atuam no varejo.
Apesar de as ações do Lehman registrarem mais um dia
de forte baixa, foi a notícia do
possível negócio que mudou o
rumo das Bolsas americanas.
Os mercados abriram o pregão
com queda expressiva e se recuperaram durante o dia, mas,
após a notícia, a valorização se
intensificou ainda mais. O índice Dow Jones, o principal da
Bolsa de Nova York, subiu
1,46%, e o S&P 500, 1,38%.
Várias instituições já começaram a analisar ontem o balanço do Lehman Brothers,
mas não está claro ainda quais
estariam realmente interessadas. Porém, os possíveis compradores estão preocupados
com os prejuízos do banco e estariam interessados no auxílio
do governo para cobrir futuras
perdas -como aconteceu na
venda do Bear Stearns.
Segundo o "Wall Street Journal", interessados "aparecerão
em bando", caso o governo dos
EUA intervenha no negócio. O
jornal afirma ainda que o Bank
of America (BofA) já está discutindo preliminarmente com o
Lehman Brothers e que parece
ser, no momento, a principal
esperança para um negócio
sair. Só que o BofA recentemente adquiriu a Countrywide
Financial (a financiadora de hipotecas que foi uma das abatidas pela atual crise) e provavelmente precisará de ajuda federal para realizar o negócio.
Além disso, as negociações
ainda estão no início e por isso,
diz o "Wall Street Journal", é
cedo para dizer que tipo de negócio será realizado -caso realmente um acordo seja feito.
Pressões
Mas, se as ações continuarem
caindo, crescerão as pressões
para que o Lehman finalize logo um acordo, dizem analistas.
Uma das vantagens do banco
em relação ao Bear Stearns é
que, após a venda do rival, o Fed
lançou um programa de crédito
para bancos de investimento.
Analistas afirmam que os britânicos HSBC e Barclays e o japonês Nomura podem também
estar entre os interessados. Um
porta-voz do HSBC disse que é
"altamente improvável" que o
banco entre na disputa pelo
Lehman Brothers, que perdeu
US$ 6,7 bilhões entre o segundo e o terceiro trimestres fiscais. O prejuízo de US$ 3,9 bilhões no terceiro trimestre foi o
maior nos 158 anos do banco.
Anteontem, o presidente-executivo do Lehman Brothers,
Richard Fuld, não descartou a
venda do banco. "Eu sempre
disse que, se alguém aparecer
com uma oferta atrativa, ela será levada para o conselho para
ser avaliada, e isso não mudou."
Com agências internacionais
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