São Paulo, sábado, 12 de outubro de 2002

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ÁGUIA EM TRANSE

Números indicam que norte-americanos podem ter fechado o bolso por causa das incertezas econômicas

Vendas do varejo e confiança caem nos EUA

DA REDAÇÃO

As vendas do varejo norte-americano caíram em setembro, enquanto o índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan recuou para o seu menor nível em nove anos. Os indicadores levantaram dúvidas sobre a manutenção do nível de consumo, a grande locomotiva da maior economia do planeta.
De acordo com o Departamento do Comércio dos EUA, as vendas do varejo retrocederam 1,2% no mês retrasado, a maior queda em dez meses. Em agosto, os varejistas haviam vendido 0,6% mais.
Já a prévia do índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan mostra que o indicador recuou de 86,1 pontos para 80,4 pontos neste mês, a leitura mais baixa em nove anos. Os números consolidados serão divulgados no final do mês.
Ainda assim, as principais Bolsas mundiais tiveram um dia de forte alta, devido a bons resultados de grandes empresas como a General Electric e a IBM.
O consumo, que responde por dois terços de toda a atividade econômica dos EUA, vinha se mantendo relativamente elevado mesmo com a recessão do ano passado e com o aumento do desemprego. A retração de setembro teria ocorrido por causa da acentuada queda das Bolsas naquele mês, além do temor de um ataque ao Iraque, o que fez o norte-americano fechar o Bolso.

Aperto no orçamento
"Para mim, os consumidores se mantiveram reservados e com a mão fechada por causa das incertezas que estão atormentando a economia norte-americana e os mercados financeiros", afirmou Richard Yamarone, economista da consultoria Argus Research.
Também em setembro, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) registrou uma alta modesta de 0,1%, de acordo com relatório do Departamento do Trabalho. A inflação sob controle permite que o Federal Reserve (banco central norte-americano) não eleve as taxas de juros.
Boa parte da queda nas vendas do varejo se deve a um recuo de 4,8% no comércio de carros. A venda de autos se mantinha elevada por causa de negócios a juro zero, mas as promoções já não estão perdendo o fôlego. Excluindo-se veículos, o varejo vendeu 0,1% mais no mês.
"Pelo menos, os dados não estão piorando", disse Joseph Battipaglia, da corretora Ryan, Beck & Co., ao comentar que o aumento das vendas, sem contar carros, não deixa de ser favorável. "Apesar das incertezas, os consumidores continuam a fazer sua parte."


Com agências internacionais

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