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Investidores rejeitam oferta da Telemar
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
Os acionistas controladores do grupo Telemar fracassaram na segunda tentativa
de reestruturação acionária
da empresa. Conforme antecipado pela Folha, na edição
de ontem, o leilão de recompra das ações preferenciais
da Tele Norte Leste Participações (holding que comanda as operadoras de telefonia
fixa e celular Oi) não obteve
a adesão pretendida pelos
controladores, e tudo voltou
à estaca zero.
O leilão foi realizado na
Bovespa. A Telemar Participações, que controla acionariamente o grupo, ofereceu
pagar R$ 45 por ação preferencial da TNL existente no
mercado, mas a compra só se
efetivaria se fosse garantida
a recompra de pelo menos
dois terços das ações.
Segundo a Bovespa, as
ofertas de venda apresentadas somaram 129,2 milhões
de ações, equivalentes a
50,72% dos papéis em circulação. Embora insuficiente, a
adesão foi maior do que se
previa na véspera. Os acionistas não se manifestaram
sobre o insucesso do leilão.
Em dezembro, os controladores propuseram converter as ações preferenciais,
sem direito a voto, em ações
ordinárias, com direito a voto, na proporção de 2,6 para
1. Foram derrotados, em assembléia de acionistas, pelos
investidores estrangeiros,
que consideraram a relação
de troca desvantajosa.
A expectativa dos profissionais do mercado de capitais é que haja uma nova investida dos controladores.
""Para mim, isso é tão certo
como dois e dois são quatro",
opinou o diretor da Corretora Prime, Alexandre Montes.
Na avaliação dele, o leilão
fracassou porque o diferencial entre o preço de compra
oferecido pelos controladores e a cotação dos papéis na
Bolsa era pequeno -cerca de
12%. O entendimento entre
os profissionais do setor é de
que se tivessem oferecido
um ágio de pelo menos 20%
poderiam ter obtido sucesso.
Outra explicação para a
baixa adesão à proposta no
exterior é o perfil dos acionistas estrangeiros: investidores de longo prazo, como
seguradoras e fundos de
pensão, que não buscam só
lucros imediatos. Os maiores
acionistas são os fundos de
investimento norte-americanos Brandes e Templeton
(o primeiro com 15% das
preferenciais e o segundo
com 11,78%) e o Genesys
(Reino Unido), com 56%.
A recompra das ações preferenciais da Tele Norte Leste era vista como o primeiro
passo para a possível fusão
entre as concessionárias de
telefonia fixa Oi e Brasil Telecom. Porém, o fracasso da
operação não é considerado
impeditivo à fusão. Em conversas reservadas, os acionistas admitem a existência
de um ""plano B". O governo
Lula já sinalizou que apoia a
criação de uma ""supertele
nacional", para contrapor o
avanço da Telefónica e da
Telmex na América Latina.
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