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Empresários cobram mais eficiência do governo Lula
Em meio à crise financeira, líderes de grandes empresas criticam gestão pública
Para Jorge Gerdau, setor público segue "como se não houvesse crise'; para ele, governo não faz esforço para aumentar a poupança
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Reunidos em São Paulo para
discutir a crise financeira global, líderes de grandes empresas, como Jorge Gerdau, presidente do conselho da Gerdau, e
Luiza Helena Trajano, superintendente do Magazine Luiza,
fizeram críticas ao governo federal e cobraram maior eficiência na gestão pública, em um
momento em que o país já sente os efeitos da turbulência internacional.
"No setor público, onde estão
40% do nosso PIB [Produto Interno Bruto], ainda não vi menção no sentido de aumentar a
poupança. Crise nós enfrentamos gerenciando escassez. O
setor público segue como se
não houvesse crise", afirmou
Gerdau, primeiro a falar em seminário em São Paulo.
Ele defende um "ajuste na
atitude governamental", no
sentido de cortar despesas de
custeio e de aumentar a capacidade de investimento. "Se não
tiver onde investir, que trate de
diminuir impostos", afirmou.
Já a superintendente da rede
de varejo Magazine Luiza aproveitou a presença do senador
Aloizio Mercadante (PT-SP) e
pediu agilidade do governo para colocar a reforma trabalhista
em pauta.
"Nosso sistema desestimula
a produção e desincentiva o
emprego", afirmou Trajano.
"Se vocês, que têm o apoio dos
sindicalistas, não fizerem a reforma, ninguém mais fará."
Mercadante também defendeu maior flexibilização nas relações trabalhistas, mas afirmou que há dificuldades para
colocar o assunto na agenda.
"A exigência de governabilidade impõe uma série de limites", disse o senador.
Investimentos
Gerdau e Trajano expressaram apreensão quanto aos efeitos da crise sobre a demanda.
De acordo com a superintendente do Magazine Luiza, esta
não é a hora para rever planos
de investimento, mas também
não é o momento para afirmar
que os projetos serão mantidos.
"Precisamos aguardar."
Segundo ela, na última semana de outubro o varejo sentiu os
efeitos da crise, e houve desaceleração. "Mas, no fim de semana, [o varejo] se recuperou."
O presidente da Nestlé, Ivan
Zurita, disse que os investimentos da empresa no Brasil
serão mantidos. Ele afirmou
que irá anunciar duas aquisições no país até o dia 15 de dezembro. "Claro que precisamos
assumir uma nova realidade.
Mas não podemos "curtir" a crise. Somos competitivos e precisamos continuar assim."
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