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EUA
Edward Yardeni, principal estrategista da Deutsche Bank Securities, crê em pouso suave da economia americana
Fed deverá cortar
juro ano que vem
KENNETH N. GILPIN
DO "THE NEW YORK TIMES"
Alan Greenspan tentou acalmar
as coisas com seu discurso, na semana passada, mas os problemas
continuam chegando.
E, por isso, o quarto trimestre
não parece muito animador -
que o digam Bank of America,
Apple, Motorola e Intel. Cada
uma dessas empresas anunciou
na semana passada que seus lucros cairiam, ou não existiriam,
nos últimos três meses do ano.
O varejo espera que as vendas
natalinas sejam fracas. Greenspan
pediu que todos respirassem fundo. A economia de fato perdeu
ímpeto, disse ele, mas está em melhor forma agora do que há dois
anos. Ele chegou a sugerir que o
Fed poderia começar a cortar as
taxas de juros. O que um investidores deveria fazer? Edward Yardeni, o principal estrategista de
investimento da Deutsche Bank
Securities, fala sobre o assunto em
entrevista a seguir.
Pergunta - Greenspan parece seguro de que não haverá aterrissagem forçada. O sr. concorda?
Edward Yardeni - Sim. Em seu
discurso, ele basicamente disse
que aquilo que ele esperava está
acontecendo. Por exemplo, em
julho, ele previu uma queda na
demanda por bens de consumo
duráveis. Isso está acontecendo.
Pergunta - Um corte nas taxas de
juros virá logo?
Yardeni - Acredito que haverá
pelo menos um corte de juros de
0,25 ponto percentual no primeiro trimestre. Em geral são necessários dois cortes de juros para reverter o sentimento do mercado.
Pergunta - Existe a preocupação
de que uma queda nos investimentos de capital atrase o crescimento
do ano que vem. Isso é provável?
Yardeni - Existe uma teoria de
que investimos em excesso. Mas o
país é imenso, e poderíamos ter
revezes em algumas áreas e melhoras em outras. Não me surpreenderia, por exemplo, que o
setor de energia ampliasse seus
dispêndios de capital no ano que
vem. Até mesmo o setor de telecomunicações talvez não seja tão
fraco quanto se antecipa. O investimento de capital em tecnologia é
bastante diferente do investimento de capital mais tradicional.
Sempre que a economia entrou
em recessão, no passado, o investimento de capital era congelado
porque não fazia sentido expandir a capacidade produtiva naquelas circunstâncias. Mas o investimento em tecnologia aumenta a produtividade e reduz os
custos. Nos últimos meses, tenho
feito pesquisas mensais com diretores de tecnologia da informação. Eles jamais vacilaram em sua
previsão de que os investimentos
de capital em sua área aumentarão em 18% em 2001. Agora, talvez seja possível que eles não tenham sido informados por seus
diretores de que houve um corte
de verba. Mas, até o momento,
parece que os orçamentos de tecnologia continuam intactos.
Pergunta - Com o Fed em guarda
contra uma recessão, o que o senhor espera das Bolsas de Valores?
Yardeni - Acredito que a economia será bastante débil na primeira metade do ano, e os mercados
muito instáveis. Os varejistas talvez se saiam melhor e até mesmo
as ações das montadoras de automóveis podem se estabilizar. A
tecnologia sairá do vermelho, mas
serão as empresas de infra-estrutura, as que constróem as redes de
telefonia sem fio, Internet e fibras
ópticas, as beneficiadas. Há muitas boas oportunidades, mas, devido às quedas da Nasdaq, as pessoas foram forçadas a se transformar em investidores de longo
prazo. Teremos sorte se tivermos
retornos de 8% a 10% ao ano nas
Bolsas, durante os próximos cinco anos. Os cinco últimos anos foram um período excepcional.
Tradução de Paulo Migliacci
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