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CSN oferece US$ 9,6 bi por siderúrgica Corus
Brasileira eleva proposta por controle da siderúrgica anglo-holandesa após indianos terem dado US$ 9,2 bi anteontem
Tata Steel, concorrente da CSN, sinaliza que pode dar novo lance; decisão deve ser tomada por acionistas da Corus no próximo dia 20
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Horas depois de a siderúrgica
indiana Tata Steel fazer proposta de US$ 9,2 bilhões para a
compra da anglo-holandesa
Corus, a brasileira CSN (Companhia Siderúrgica Nacional)
fez oferta ainda maior, de US$
9,6 bilhões. A indiana já sinaliza que elevará sua proposta, esquentando mais a disputa.
A Tata ofereceu 500 centavos
de libra esterlina por ação da
Corus no domingo, enquanto a
CSN informou em comunicado
na manhã de ontem que aceita
pagar 515 centavos de libra em
dinheiro por cada ação da empresa -ou 3% acima da Tata.
Uma combinação da CSN
com a Corus criaria o quinto
maior grupo global no setor de
siderurgia, com produção de
aproximadamente 24 milhões
de toneladas anuais e, até 2010,
de cerca de 50 milhões de toneladas de minério de ferro.
Enquanto em Londres as
ações da Corus fecharam ontem com alta de 5,45%, no Brasil, o mercado reagiu mal. A
ação ON (com direito a voto) da
CSN foi a que mais caiu ontem
na Bovespa- 2,31%.
O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, passou o domingo em negociação com o
presidente da Corus, Jim Leng.
A conversa passou da meia-noite, e assessores financeiros a
prosseguiram pela madrugada.
"O ímpeto estratégico dessa
combinação é crescimento
-no Brasil e na Europa", disse
Steinbruch, que é colunista da
Folha. Ele acrescentou que o
objetivo é otimizar os ativos da
CSN, que tem reservas de minério de ferro, principal componente do aço, "e transformá-los em produtos de alta qualidade e de custo reduzido usando a avançada tecnologia da
Corus e sua plataforma de distribuição européia".
Leng, da Corus, também falou em sinergia: "Essa oferta
[da CSN] é consistente com
nosso objetivo estratégico de
assegurar acesso a matérias-primas, produção de baixo custo e mercados em expansão."
Desde o início de outubro,
quando a Tata fez a primeira
proposta de compra da Corus, a
ação da empresa anglo-holandesa já subiu 34%. O embate
pela Corus já dura dois meses:
no dia 4 de outubro, a Tata ofereceu cerca de US$ 7,7 bilhões.
A CSN montou uma linha de
crédito subscrita por um consórcio de bancos incluindo Barclays Bank, Goldman Sachs,
BNP Paribas, além do UBS e
ING, que entraram recentemente na operação. A linha de
financiamento junto a três desses bancos (Barclays, Sachs e
ING) soma US$ 8 bilhões, informou em teleconferência à
analistas o diretor financeiro
da CSN, Otavio Lascano. Em
novembro, a direção da empresa informou, em conversa com
jornalistas, que tem crédito
com o bancos no valor de mais
de 100% do valor a ser pago na
operação. Naquela época, a
CSN oferecia pouco mais de
US$ 8 bilhões pela Corus, e o temor do mercado era um desequilíbrio na relação entre dívida e geração de caixa da CSN
com a possível aquisição.
O comando da Corus publicou nota ontem informando
"que pretende recomendar, de
forma unânime, que os acionistas da Corus votem a favor do
plano estruturado pela CSN".
No dia 20 de dezembro haverá
reunião de acionistas e administradores da empresa que deve debater a questão.
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