São Paulo, terça-feira, 13 de janeiro de 2004

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NOVO MERCADO

Grupo de 32 produtores lidera o projeto

Santa Catarina investe em pólo para desenvolver caprinocultura

DA REDAÇÃO

Produtores de Monte Carlo, tradicional produtora de madeira no meio-oeste catarinense, querem diversificar a produção da região e vão desenvolver um pólo de produção de cabras. Um grupo de 32 produtores deve investir nessa atividade para diminuir o êxodo rural, gerar mais renda para as pequenas propriedades e elevar a oferta de emprego.
O empresário José Carlos Pisani, um dos pioneiros nessa atividade, diz que o número de produtores deve crescer, mas que, por ora, o grupo está acertando custos de investimentos. Na avaliação dele, os produtores devem reservar a parte da propriedade com pouca utilidade para a produção agrícola ao plantio de árvores. Nas demais áreas, pode incrementar a produção agrícola e a caprinocultura. Nos cálculos de Pisani, os investimentos iniciais dos produtores devem somar R$ 50 mil com a montagem da infra-estrutura e compra de animais. Os produtores estão buscando financiamentos com taxas de juro reduzidas para essa produção.
Pisani já possui 500 animais e vai montar o rebanho para 1.500 animais. A maioria dos produtores da região formará um rebanho próximo de 500 cabeças, diz.
Quanto mais valor for agregado ao negócio, maiores os rendimentos, diz Pisani. Os investimentos iniciais visam a produção de leite de cabra e queijo. Após a implantação do rebanho, os produtores querem construir um abatedouro, um frigorífico e destinar parte dessa carne para o exterior.
Os produtores querem, ainda, tornar a região referência para o preparo e consumo da carne caprina. Dos dias 23 a 25 deste mês, Monte Carlo realiza a Festa do Cabrito. Joselito Barbosa, da Accoba (Associação do Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia), Estado com rebanho de 4 milhões de animais, e líder na produção nacional, diz que a produção de cabras no Nordeste passa a ser rentável a partir de 300 animais.
Barbosa diz que a caprinocultura ocupa um papel importante na manutenção das famílias. Os ganhos são maiores para os produtores dedicados à criação de cabras leiteiras, já que o litro do produto está a R$ 2, afirma ele.
Segundo Barbosa, a produção de carne de cabrito tem espaço para crescer. Toda a produção é consumida internamente, mas os brasileiros consomem apenas 0,5 quilo de cabrito por ano, contra 34 quilos na Austrália.
Apesar do interesse de alguns países na importação da carne brasileira, o Brasil ainda não dispõe de estoque para vendas internacionais. (MAURO ZAFALON)


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