São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 2007

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Após pico de alta, álcool recua nas usinas paulistas

Queda é atribuída à normalização da demanda, após as festas de fim de ano

Litro do hidratado cai 1,5%, e o anidro, que é adicionado à gasolina, 0,37%; unidades que estavam paradas voltam a funcionar


ALESSANDRA KIANEK
DA REDAÇÃO

Após ter iniciado o ano com forte alta, o preço do álcool nas usinas do Estado de São Paulo recuou nesta semana.
O litro do produto hidratado -que vai direto para o tanque do carro- ficou 1,5% mais barato nesta semana, após ter sofrido reajuste de 3% na primeira semana do ano.
Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP, o álcool hidratado foi vendido a R$ 0,8552 o litro, sem impostos. Já o anidro -que é adicionado à gasolina- recuou 0,37% nesta semana, para R$ 0,8746.
Mirian Bacchi, pesquisadora do Cepea, atribui a queda desta semana à normalização da demanda, que foi fortemente pressionada, em plena entressafra, pelas festas de final de ano e pela crise nos aeroportos.
Outro fator que ajudou os preços a recuarem foi a volta ao funcionamento de algumas usinas que estavam paradas.
As usinas paulistas tiveram comercializações de volumes grandes nesta semana, o que facilita a negociação de melhores preços, de acordo com Bacchi.
Para o diretor técnico da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Antonio de Padua Rodrigues, a queda de preços nas usinas nesta semana mostra que o mercado está mais acomodado. "A pressão da primeira semana deste ano já recuou, e o mercado já se acomodou nesta segunda semana."
Apesar do período de entressafra, Rodrigues explica que é normal uma queda de preços em janeiro e fevereiro por causa das férias escolares.
Um dos principais fatores para a pressão nos preços do combustível é o incremento da frota dos veículos bicombustíveis. No Brasil, já foram vendidos 2,6 milhões de carros "flex fuel".
É por esse motivo que na entressafra o consumidor é o regulador do mercado, afirma o diretor técnico da Unica. Se o álcool sobe muito e deixa de ser vantajoso, o combustível perde competitividade, e o consumidor começa a usar a gasolina. Assim, com uma procura menor pelo álcool, o preço recua.
Nos postos de combustíveis, o preço teve pequena alta nesta semana na cidade de São Paulo. Segundo pesquisa da Folha, em 42 postos, o litro do álcool subiu 0,7%, para R$ 1,420.


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