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Lula quer força-tarefa para garantir obras
Área jurídica do governo e ministérios acompanharão de perto projetos a serem incluídos no PPI para derrubar ações que os atrasem
Grupo monitorará problemas vistos especialmente pelo Ministério Público Estadual, de ordem ambiental ou de qualquer natureza
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para garantir a realização das
obras que serão prioridade no
PAC -Programa de Aceleração
do Crescimento, previsto para
ser lançado em dez dias-, o governo pretende montar uma
força-tarefa que reunirá não
apenas a área jurídica mas também a cúpula dos principais
ministérios envolvidos, como
Transportes, Fazenda, Meio
Ambiente e Casa Civil.
O objetivo principal é derrubar ações na Justiça que barrem ou atrasem as obras que
serão incluídas no PPI (Programa Piloto de Investimento).
A idéia em discussão, segundo informou um interlocutor
do governo à Folha, é ter um
acompanhamento semelhante
ao que foi feito pelo governo federal na época da privatização
de empresas como a Vale do
Rio Doce e a Telebrás.
Com isso, pelo menos na fase
de lançamento das obras -tradicionalmente também a de
maior embates na Justiça-,
deverá haver um grupo que
acompanhará problemas levantados especialmente pelo
Ministério Público Estadual,
de ordem ambiental ou qualquer natureza.
Esse grupo envolverá a alta
cúpula das áreas capazes de remover rapidamente os obstáculos esperados, como a Advocacia Geral da União e os ministérios da Justiça, dos Transportes e do Meio Ambiente,
além da área econômica.
Ainda não está certo como
funcionará o grupo. Inicialmente, a idéia era criar um comitê no Planalto, mas, com a
proposta de lançar um Gabinete do Desenvolvimento, a força-tarefa poderá ser uma das
atribuições do novo gabinete.
Colegiado
Conforme antecipou a Folha, o Gabinete do Desenvolvimento, sob a coordenação do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, deverá ser lançado com o
PAC. Os ministros da Fazenda,
do Planejamento, do Desenvolvimento e da Casa Civil deverão
ter assento permanente. Já o
presidente do Banco Central e
representantes de outras áreas
terão participação pontual.
O gabinete seria uma espécie
de colegiado extra-oficial que
acompanharia não apenas o andamento das obras mas também a execução e o retorno de
todas as medidas que serão
anunciadas para destravar a
economia e promover um
maior crescimento do país.
Também seria responsabilidade do gabinete prestar contas ao presidente e eventualmente sugerir propostas.
A missão principal é evitar
que o PAC seja mais um pacote
de medidas anunciadas, mas
que não são integralmente implementadas por falta de dinheiro ou entraves burocráticos ou jurídicos.
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