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Nova Varig poderá ser punida por supostos pagamentos irregulares
Suspeita de favorecimento a executivos é investigada; empresa não comenta
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Os novos donos da Varig poderão ser obrigados a arcar com
os custos de ações em razão de
suposto pagamento irregular
de executivos antes de a empresa ser vendida, segundo avaliação do Ministério Público do
Trabalho (MPT).
O MPT investiga o pagamento irregular das verbas rescisórias a diretores e gerentes da
Varig que teriam sido reaproveitados na nova empresa. A
companhia demitiu 9.000 pessoas sem pagar os direitos trabalhistas, mas existem indícios
de que um grupo de 20 funcionários conseguiu receber as
verbas antecipadas. Somente
um gerente recebeu R$ 145 mil.
"Trabalhamos com a hipótese de que a nova Varig pode vir
a pagar a conta pelo pagamento
irregular desses executivos, assim como pode ser responsabilizada pelo pagamento das dívidas trabalhistas. Neste momento é a Varig antiga que está
sendo investigada, mas essa
matéria está dentro de um contexto de direitos trabalhistas e
pode atingir a nova empresa",
disse o procurador. Procurada,
a nova Varig não comentou.
O MPT estuda entrar com
uma ação coletiva de danos morais contra a Varig ou garantir
que o dinheiro pago seja restituído para amortizar as dívidas
trabalhistas.
Caso a "velha Varig", administrada atualmente por um
gestor judicial, não colabore, o
MPT pretende pedir a quebra
do sigilo dos funcionários investigados. Os procuradores já
pediram os resultados da auditoria da nova gestão que apontou irregularidades.
A Deloitte, administradora
judicial da Varig, pediu nos autos do processo de recuperação
da empresa mais detalhes sobre a transição da administração da companhia. A Deloitte
afirma que o relatório apresentado pelo ex-presidente da Varig Marcelo Bottini "carece de
detalhes".
O ex-presidente da Varig trabalha hoje na Aerolíneas Argentinas. A reportagem não conseguiu localizá-lo.
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