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Gestão de riqueza no Brasil é a mais lucrativa
Margem de lucro dos bancos que administram fortunas no país é de 55%, ante 45% na Ásia e 29% na América do Norte
Estrangeiros saem na frente
na disputa por clientes porque
coordenaram maior parte
dos processos de abertura
de capital, diz consultoria
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bancos no Brasil estão entre os que mais ganham com a
administração de fortunas. Segundo o BCG, a lucratividade
média dos "private banks"
-como são conhecidas as instituições que atendem clientes
com mais de R$ 1 milhão- saltou de 49%, em 2003, para os
atuais 55%. Na Ásia, esse índice
é de 45%, contra 39,4% registrados na Europa e 29,4% na
América do Norte.
Dados da Anbid (Associação
Nacional dos Bancos de Investimento) mostram que, nos últimos cinco anos, as fortunas
brasileiras investidas cresceram 210%, ao passar de R$ 381,1
bilhões, em 2002, para R$ 1,181
trilhão, em 2007. Esse montante representa 12,6% do total
dos investimentos no país.
De olho nesse mercado, o
banco suíço Credit Suisse decidiu comprar a Hedging-Griffo,
no ano passado.
Com essa operação, sua carteira saltou de US$ 7,6 bilhões
em ativos para US$ 20 bilhões.
Em 2006, o suíço UBS adquiriu
o Pactual, um dos líderes na
gestão de fortunas.
Para André Xavier, sócio do
BCG, os estrangeiros saíram na
frente na disputa por clientes
porque coordenaram a maior
parte dos processos de abertura de capital (IPO) e de aquisições no país nos últimos anos.
Mas há reação dos bancos nacionais. Na semana passada, o
Itaú ficou entre os 15 maiores
"private banks" do mundo em
lista divulgada pela revista "Euromoney", especializada em finanças. No Brasil, o banco perdeu apenas para o UBS.
Lywal Salles, diretor do "private" do Itaú, diz que, em três
anos, sua carteira saltou de R$ 7
bilhões para R$ 50 bilhões.
"Atingimos o objetivo na metade do prazo previsto", diz. "A
meta é chegar a R$ 70 bilhões."
O Bradesco já conta com
5.000 clientes com mais de R$ 1
milhão. Segundo José Luiz
Acar Pedro, vice-presidente-executivo do banco, esse total
deverá crescer 30% neste ano.
"Eles têm R$ 33 bilhões aplicados conosco e queremos elevar
esse volume em 20%."
Diferentemente da maioria
dos clientes convencionais dos
bancos, cujo histórico financeiro é avaliado ao pedir empréstimos, é o cliente "private" que
analisa o perfil dos bancos para
decidir quem administrará
seus recursos. Nessa hora, um
dos principais atrativos é a taxa
de retorno dos investimentos.
De acordo com o BCG, nos
últimos seis anos, as fortunas
aplicadas no Brasil cresceram a
um ritmo médio anual de
22,4%. É a segunda maior taxa
do mundo, perdendo apenas
para a da China, de 23,4%, no
mesmo período considerado.
"Com a estabilidade financeira e jurídica do Brasil, os milionários brasileiros estão não
só deixando mais recursos no
país como optando por aplicações mais arriscadas", afirma
Oliveira, do UBS Pactual.
"Mas, quando querem se arriscar, os bancos cobram mais."
Esse é um dos motivos que fazem do "private" brasileiro um
dos mais rentáveis do mundo.
(JULIO WIZIACK)
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