São Paulo, terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

foco

Montadoras tentam se reerguer no Salão de Detroit em meio à crise

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A DETROIT

Num salão automotivo em que os presidentes das montadoras atraem mais atenção que os lançamentos, Detroit indica que a crise da indústria está longe do fim. Bob Nardelli, presidente da Chrysler, disse que espera ter liberado, em março, um empréstimo de mais US$ 3 bilhões.
A Chrysler já recebeu US$ 4 bilhões do governo americano, e a GM conseguiu US$ 13,4 bilhões. Elas devem apresentar um relatório intermediário no dia 17 de fevereiro e um final em 31 de março em resposta ao Congresso.
Ontem, a GM anunciou parcerias para fabricar as baterias que equiparão o Volt no fim de 2010 e a construção do maior laboratório de baterias dos EUA, com 3.251 m2. Ela negocia com o Estado de Michigan, onde fica sua sede, a localização exata.
Porém Rick Wagoner, CEO da GM, explicou à Folha que não precisa de um novo empréstimo para sua construção, pois ele já havia sido incluído no "pacote de resgate".
Wagoner interrompeu o desenvolvimento de produtos como as picapes grandes para se concentrar na criação de produtos ecologicamente corretos, uma das exigências do empréstimo. "Vamos lutar contra a percepção errada que os produtos da GM têm.
Vamos trabalhar duro para vender carros e pagar o empréstimo de volta." Em dezembro, a GM pediu desculpas por "desapontar" os consumidores por ter produtos com qualidade e design inferiores aos da concorrência.
Nardelli descartou uma possível fusão com a GM, mas afirmou que é muito importante para a empresa alianças com outras fábricas. Hoje, a Chrysler produz para marcas como Volkswagen e Mitsubishi e vende carros feitos pela Nissan -caso do Trazo, que começa a ser comercializado no Mercosul em agosto. A montadora já cortou a capacidade de produção em 1,2 milhão de unidades.
Após revelar a nova geração de um dos maiores símbolos da indústria americana, o Taurus, a Ford reafirmou que não precisa de dinheiro público. "Nós só vamos aceitar um empréstimo se o mundo como conhecemos hoje implodir", afirmou Bill Ford, bisneto do lendário Henry Ford.


JOSÉ AUGUSTO AMORIM viajou a convite da Anfavea


Texto Anterior: Dívida: Justiça dos EUA manda Argentina pagar por bônus
Próximo Texto: Alemanha chega a acordo sobre novo plano de € 50 bi
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.