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Emprego industrial tem maior avanço mensal na década
Ocupação sobe 1,1% em novembro, diz IBGE; mas patamar ainda é inferior ao de 2008, antes da crise
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O emprego na indústria já dá
sinais mais claros de recuperação, apesar de estar distante de
recompor as perdas provocadas pela crise iniciada em setembro de 2008. Em novembro
passado, o total de pessoas ocupadas no setor cresceu 1,1% ante o mês anterior na comparação livre de influências sazonais. Foi a quinta taxa positiva
seguida e o maior salto, nessa
comparação, da série histórica
do IBGE, iniciada em 2001.
Nesses cinco meses de expansão, o emprego avançou
2,7%, embora tenha acumulado
um saldo negativo de 7,3% nos
meses seguintes ao estouro da
crise -de outubro de 2008 a junho do ano passado.
"O emprego cresce na esteira
da produção, que vem aumentando. Mas ainda está num ritmo insuficiente para compensar todas as perdas que ocorreram quando a indústria fez um
forte ajuste e demitiu um contingente grande de trabalhadores", avalia André Macedo, economista do IBGE.
Uma prova de que a indústria
não se recuperou totalmente
são os fracos resultados comparados com o mesmo período de
2008 -em novembro, o emprego caiu 4,1% nessa base.
Segundo Macedo, as perspectivas para 2010 são mais otimistas. É que os empresários
estão mais confiantes com a
melhora da economia e já começam -e necessitam- a elevar o número de horas de trabalho de seus empregados.
Esse é um sinal antecedente
de contratações. Antes de abrir
uma vaga, afirma Macedo, o
empresário lança mão do pagamento de horas extras, mas, se
a demanda se mantiver firme,
opta, depois, pela contratação.
O crescimento das horas pagas -de 0,9% de outubro para
novembro- ilustra tal situação
e sugere que tenha havido novas contratações nos meses seguintes. O indicador registrou,
em novembro, o sexto mês seguido de expansão. No período,
acumulou alta de 3,3%.
O Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial) diz que, embora "existam boas perspectivas" para o
emprego industrial, o setor só
vai zerar as perdas com a crise
em abril deste ano. Isso caso a
ocupação mantenha o ritmo recorde de novembro -analistas
dizem ser pouco provável.
Já a folha de pagamento, medida de rendimento da indústria, caiu 0,8% em novembro
ante outubro na comparação
com ajuste sazonal, após subir
por dois meses. Ante novembro
de 2008, recuou 2,7%.
Graças ao reajuste do salário
mínimo, a folha de pagamento
foi o indicador que menos sofreu com a crise e acumulou
perda menor em 2009: 2,7%
até novembro. O emprego caiu
5,2%, e a hora paga, 5,6%.
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