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Embraer bate recorde em 2009 com a entrega de 244 jatos
Faturamento, porém, será menor, já que a empresa vendeu mais aeronaves de menor valor comercial
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com maior atuação no segmento de aviação executiva, a
Embraer entregou no ano passado 244 aeronaves, marca recorde para a companhia. Em
2008, a fabricante havia entregue 204 jatos.
Se até 2008 a Embraer tinha
maior presença no mercado de
aviação comercial, no ano passado ela ganhou espaço no segmento executivo com as vendas
do Phenom 100, que começou a
ser comercializado no final de
2008. Como resultado, a empresa se equilibrou nos dois
mercados, com a entrega de 122
aeronaves comerciais e 115 jatos executivos. No mercado de
defesa, foram entregues sete
aviões em 2009.
Apesar do maior volume de
vendas, em unidades, a Embraer espera uma queda de até
15% em seu faturamento em
2009 ante 2008. Isso porque os
aviões comerciais geram mais
receita para a companhia. Enquanto o preço do Phenom 100
gira em torno de US$ 3,5 milhões, o Embraer 190, o modelo
da companhia mais vendido no
mercado comercial, custa cerca
de US$ 39,5 milhões.
"Investimos para diversificar
nossas fontes de receita. Estamos mudando o perfil e dando
ênfase maior na área de aviação
executiva do que dávamos há
cinco anos. Embora gere menos receita, esse é um segmento rentável, cujas margens, geralmente, são ligeiramente superiores às da aviação comercial", disse o diretor de inteligência de mercado de aviação
comercial da Embraer, Luiz
Sergio Chiessi.
Na aviação comercial, a Embraer perdeu espaço. No ano
passado, a companhia entregou
122 aeronaves, ante 162 no ano
anterior.
Crise
Para Chiessi, o ano passado
foi "bastante difícil" para a indústria de aviação comercial e a
crise global ainda se fará sentir
ao longo deste ano, embora de
forma mais suave. Ele cita dados da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo,
na sigla em inglês), segundo os
quais o prejuízo acumulado pelas empresas aéreas em todo o
mundo chegou a US$ 11 bilhões
no ano passado. Para este ano, a
entidade prevê US$ 4 bilhões
de prejuízo.
Nesse cenário, a Embraer viu
o cancelamento de 30 pedidos
no ano passado. "As empresas
aéreas começaram a renegociar
as entregas de aeronaves." A retomada do setor é esperada
apenas para 2011 ou 2012.
Para Respicio Espírito Santo,
presidente do Instituto Cepta,
que acompanha o setor aéreo,
além de esperar uma reacomodação no transporte aéreo, a
Embraer terá de enfrentar uma
concorrência mais acirrada no
segmento de aviação executiva.
"Diversos fabricantes estão
começando a explorar melhor
esse filão, porque o modelo de
negócios de aviação executiva
está se tornando cada vez mais
atraente", afirmou.
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