São Paulo, quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

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Embraer bate recorde em 2009 com a entrega de 244 jatos

Faturamento, porém, será menor, já que a empresa vendeu mais aeronaves de menor valor comercial

PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com maior atuação no segmento de aviação executiva, a Embraer entregou no ano passado 244 aeronaves, marca recorde para a companhia. Em 2008, a fabricante havia entregue 204 jatos.
Se até 2008 a Embraer tinha maior presença no mercado de aviação comercial, no ano passado ela ganhou espaço no segmento executivo com as vendas do Phenom 100, que começou a ser comercializado no final de 2008. Como resultado, a empresa se equilibrou nos dois mercados, com a entrega de 122 aeronaves comerciais e 115 jatos executivos. No mercado de defesa, foram entregues sete aviões em 2009.
Apesar do maior volume de vendas, em unidades, a Embraer espera uma queda de até 15% em seu faturamento em 2009 ante 2008. Isso porque os aviões comerciais geram mais receita para a companhia. Enquanto o preço do Phenom 100 gira em torno de US$ 3,5 milhões, o Embraer 190, o modelo da companhia mais vendido no mercado comercial, custa cerca de US$ 39,5 milhões.
"Investimos para diversificar nossas fontes de receita. Estamos mudando o perfil e dando ênfase maior na área de aviação executiva do que dávamos há cinco anos. Embora gere menos receita, esse é um segmento rentável, cujas margens, geralmente, são ligeiramente superiores às da aviação comercial", disse o diretor de inteligência de mercado de aviação comercial da Embraer, Luiz Sergio Chiessi.
Na aviação comercial, a Embraer perdeu espaço. No ano passado, a companhia entregou 122 aeronaves, ante 162 no ano anterior.

Crise
Para Chiessi, o ano passado foi "bastante difícil" para a indústria de aviação comercial e a crise global ainda se fará sentir ao longo deste ano, embora de forma mais suave. Ele cita dados da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo, na sigla em inglês), segundo os quais o prejuízo acumulado pelas empresas aéreas em todo o mundo chegou a US$ 11 bilhões no ano passado. Para este ano, a entidade prevê US$ 4 bilhões de prejuízo.
Nesse cenário, a Embraer viu o cancelamento de 30 pedidos no ano passado. "As empresas aéreas começaram a renegociar as entregas de aeronaves." A retomada do setor é esperada apenas para 2011 ou 2012.
Para Respicio Espírito Santo, presidente do Instituto Cepta, que acompanha o setor aéreo, além de esperar uma reacomodação no transporte aéreo, a Embraer terá de enfrentar uma concorrência mais acirrada no segmento de aviação executiva.
"Diversos fabricantes estão começando a explorar melhor esse filão, porque o modelo de negócios de aviação executiva está se tornando cada vez mais atraente", afirmou.


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