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Ao abrir fórum, Lula diz que não fala de Previdência
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Criado para discutir uma solução para o sistema previdenciário no Brasil que acumula
um rombo de R$ 42 bilhões, o
Fórum Nacional da Previdência Social foi instalado ontem
com discursos marcados muito
mais pelo que governo e trabalhadores não aceitam fazer do
que por possíveis alternativas
para os próximos anos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez questão de
participar da solenidade, destacou que "a bola começa a rolar".
Mas, em seguida, retirou seu time de campo e avisou que não
emitirá opiniões sobre a Previdência durante o debate no Fórum, que deverá se prolongar
por seis meses.
"Enquanto o fórum estiver
acontecendo, prometo não falar da Previdência", disse.
"Quem quiser falar comigo sobre Previdência vou dizer: por
favor, fale com o fórum".
Mas isso não o impediu de
demonstrar objeções. "A única
coisa que não vou admitir é que
alguém apresente uma saída
simplista", enfatizou, minimizando as críticas sobre fraudes
no sistema brasileiro. Na avaliação de Lula, o censo previdenciário mostrará que a corrupção é menor do que se fala.
Além disso, os gastos da Previdência na avaliação de Lula
são necessários. "Não fosse o
que a gente paga a milhares de
trabalhadores aposentados que
recebem um salário mínimo,
certamente teríamos que construir mais cadeias."
O ministro Nelson Machado
(Previdência) também deixou
claro o que não aceita. "Acredito que o fórum deve ter ampla
liberdade para discutir o longo
prazo. Mas temos um pressuposto. Não temos a mais remota hipótese de privatizar a Previdência no Brasil", destacou,
citando exemplos de países como Chile e Argentina que adotaram esse caminho.
Em vez de os trabalhadores
de hoje contribuírem para assegurar o benefício de quem já
está aposentado, no modelo
chileno, o Tesouro assumiu o
pagamento dos que já se aposentaram e cada trabalhador
paga para constituir uma espécie de fundo que assegurará a
sua aposentadoria no futuro.
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