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Brasil pode ter usina binacional com a Bolívia
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal está disposto a negociar uma parceria com a Bolívia para construir novas hidrelétricas em
território boliviano e na região da fronteira. Já em relação ao preço do gás natural, a
sinalização do Brasil é clara:
não há espaço para aumento.
Segundo a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil), a construção em parceria de usinas
está na pauta da reunião do
governo brasileiro com o
presidente boliviano, Evo
Morales, prevista para amanhã, mas não confirmada até
o fechamento desta edição.
"Isso está resolvido, o que
eles [bolivianos] querem é
uma parceria nas usinas que
estão do lado boliviano do rio
Madeira", disse Dilma.
Ela citou como exemplo de
parceria a possível construção de uma hidrelétrica a
aproximadamente 180 quilômetros da fronteira, em território boliviano, em um local chamado Cachuela Esperanza (Cachoeira Esperança), no rio Beni. Esse rio,
quando se junta ao rio Mamoré, forma o rio Madeira.
Essa usina poderia gerar
aproximadamente 800 MW.
Outra possibilidade seria a
construção de uma usina binacional, como a de Itaipu,
no rio Mamoré, que faz divisa entre o Brasil e a Bolívia,
no Estado de Rondônia. Essa
usina ficaria entre as cidades
de Guajará-Mirim e Abunã e
teria capacidade para gerar
cerca de 3.000 MW.
A ministra disse que essas
associações entre Brasil e
Bolívia não estão relacionadas com os dois projetos do
rio Madeira listados no PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento): Jirau (3.300
MW) e Santo Antônio (3.150
MW). Essas duas usinas estão em território brasileiro,
em Rondônia, e deverão ser
licitadas neste ano.
De acordo com o PAC, a hidrelétrica de Santo Antônio
será licitada em maio e entrar em operação até setembro de 2012. A usina de Jirau
deverá ser licitada em outubro e entrar em operação em
fevereiro de 2013. As duas
devem demandar investimentos de R$ 18,4 bilhões.
Gás natural
Em relação ao preço do gás
natural, atualmente em negociação, a posição do governo brasileiro é não permitir
aumentos. Na avaliação de
Dilma, os preços pagos pela
Petrobras já estão compatíveis com os verificados no
mercado internacional.
"Tem um movimento internacional de diminuição
do preço do gás, então o nosso preço está bem compatível com o preço praticado no
mundo", disse a ministra. Segundo ela, os preços têm oscilado entre US$ 5 e US$ 7
por milhão de BTU (British
Termal Unit, uma medida de
energia).
Ao comentar as negociação sobre o preço do gás, Dilma ratificou a posição do governo brasileiro de seguir o
contrato. "O que tem que ser
percebido é que qualquer regra tem que ser respeitada.
Nessa discussão sobre o preço do gás tem que prevalecer
o bom senso", disse.
Angra 3
Dilma afirmou que a discussão sobre a construção da
usina nuclear de Angra 3
(1.350 MW) ainda não está
madura. "Estamos discutindo. A decisão vai sair o mais
rapidamente possível."
Apesar de o governo afirmar que não há decisão sobre
Angra 3, o PAC prevê a retomada das obras em julho e a
entrada em operação da usina em dezembro de 2012.
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