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Lucro do Bradesco sobe 15% e supera R$ 6,3 bi em 2006
Se descontadas as aquisições no ano, resultado do banco fica em R$ 5,5 bilhões
Desempenho foi puxado pelo crédito, que teve alta de 24%; por outro lado, inadimplência de pessoas físicas também cresceu
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bradesco abriu a safra de
balanços dos gigantes do setor
bancário brasileiro mostrando
sua robustez. O lucro líquido
recorrente do banco totalizou
R$ 6,363 bilhões em 2006 -cifra 15,4% superior aos dados de
2005, quando o lucro foi de
R$ 5,514 bilhões.
O balanço de alguns bancos
-além de Bradesco, o Itaú e o
Unibanco- no ano passado foi
marcado por pesadas amortizações referentes a aquisições feitas nos últimos tempos.
No caso do Bradesco, se forem considerados esses eventos extraordinários, o lucro líquido em 2006 fica em R$
5,054 bilhões, um pouco abaixo
do ano anterior.
De qualquer forma, os resultados obtidos nos últimos dois
anos são impressionantes
quando comparados ao final da
década de 90. Em 98 e 99, por
exemplo, o lucro do banco girou em torno de R$ 1 bilhão.
Apenas no exercício de 2001 o
lucro superou os R$ 2 bilhões
(veja quadro nesta página).
"Fizemos amortizações de
todo o nosso estoque de ágio",
afirmou Márcio Cypriano, presidente do Bradesco. A principal responsável pelos ágios a
serem amortizados foi a aquisição da American Express, por
US$ 490 milhões, realizada em
março. Além dela, o Bradesco
comprou o Banco do Estado do
Ceará e o BCN, entre outros.
Essas diferenças entre os lucros não afetaram os acionistas, que tiveram o percentual a
que têm direito a receber na
forma de dividendos calculado
a partir dos R$ 6,363 bilhões.
No quarto trimestre, o banco
lucrou R$ 1,62 bilhão, o que representou um crescimento de
11% em relação ao mesmo período de 2005.
O Bradesco mostrou que a
ampliação das operações de
crédito e do segmento de seguros, previdência privada e capitalização foram os motores de
seu resultado.
Mais crédito
A carteira total de crédito,
considerando avais e fianças,
saltou 24,2% entre 2005 e o
ano passado, alcançando os
R$ 116,2 bilhões. "O crédito é
um grande impulsionador de
nosso resultado. E o foco na
pessoa física continua sendo
importante", disse Cypriano.
O segmento de pessoa física
continuou sendo fundamental
para essa expansão, com crescimento de 19,2% no período. A
movimentação com cartões de
crédito também se destacou,
com aumento de 83,2% no ano.
Mas a consistente expansão
do crédito à pessoa física tem
tido um efeito colateral para os
bancos: o aumento da inadimplência. No caso do Bradesco, o
índice de inadimplência do segmento de pessoa física, considerando atrasos acima de 90
dias, subiu de 5% em dezembro
de 2004 para 6,3% da carteira
em dezembro de 2006.
"Há não muito tempo, os
bancos se focavam muito em títulos públicos, que têm risco
menor, para buscar resultados.
Com a recente mudança de
perfil, especialmente no aumento de crédito pessoal, houve um crescimento na inadimplência", diz Marcel Artoni de
Marco, analista financeiro do
Inepad (Instituto de Ensino e
Pesquisa em Administração).
O analista afirma não achar
que essa situação seja preocupante, mas que as instituições
financeiras já começam a ser
um pouco mais cautelosas na
concessão de crédito.
O patrimônio líquido do Bradesco passou de R$ 19,41 bilhões em dezembro de 2005
para R$ 24,63 bilhões no fim do
ano passado.
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