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Bovespa aumenta presença internacional
BM&FBovespa paga US$ 620 mi para elevar sua participação na Bolsa de Chicago e virar sócia de plataforma de negócios
Objetivo é promover "guinada tecnológica", comprar Bolsas latinas, atender cerca de
80 mi de pessoas físicas
no mundo e reduzir custos
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
A BM&FBovespa anunciou
ontem investimentos de US$
620 milhões para elevar de
1,8% para 5% a sua participação
na Bolsa de Chicago, que tem
98% do mercado americano de
commodities e de derivativos.
Aceitou ainda pagar US$ 175
milhões, nos próximos dez
anos, apenas em royalties e direitos de propriedade intelectual para virar "sócia" da plataforma de negociações da Bolsa
americana.
Com o negócio, a brasileira
praticamente "compra" um assento no conselho da Bolsa de
Chicago, a maior do mundo em
valor de mercado, e passa a influir na estratégia da principal
rede de negociações de ativos
de alcance mundial.
A operação permitirá à Bolsa
brasileira uma "guinada tecnológica" capaz de trazer novos
investidores ao Brasil, competir em preço e serviço com a
Bolsa de Nova York, eventualmente comprar Bolsas na América Latina, atender mais de 80
milhões de pequenos investidores no mundo e ainda levar o
dinheiro do brasileiro até as
principais oportunidades de investimento no mercado global.
A tecnologia de ponta também permitirá à Bolsa reduzir
custos de transação para os
grandes fundos de investimento e bancos gigantes, que hoje
dominam o mercado internacional e ameaçam trazer ao país
sistemas alternativos de negociação com custos menores aos
brasileiros (leia à pág. B3).
Hoje, a Bolsa brasileira utiliza quatro diferentes redes, vindas com a fusão entre a antiga
Bovespa (ações) e a BM&F
(commodities e derivativos),
com alcance limitado ao Brasil.
As quatro redes serão integradas em uma plataforma única,
de alcance global, com capacidade de fechar negócios em
menos de um milissegundo (1/
1.000 s) -hoje, a capacidade é
de 10 milissegundos.
A velocidade é importante
para atender as operações encaminhadas por supercomputadores, programados para
identificar pequenas oportunidades de negócios antes dos demais investidores. Esses computadores ficam dentro da Bolsa e produzem milhares de pequenas operações, gerando um
alto volume de negócios. No
segmento BM&F, já chegam a
4% do volume de transação,
mas a expectativa é que passem
de 40% no futuro.
"Daqui a dois anos, vamos
chegar ao segundo lugar em valor de mercado [hoje é o 3º]. Ter
o padrão de tecnologia que estamos buscando nos insere de
uma forma global para criar
condição de ser uma das Bolsas
que ficarão. Cada vez mais as
negociações não têm mais muro", disse Edemir Pinto, presidente da Bolsa.
A Bolsa já podia alcançar investidores globais por meio de
parcerias com a própria Bolsa
de Chicago. A americana Nasdaq, outra parceira da Bolsa
brasileira, também deve apresentar até o final do ano uma
plataforma para intercâmbio
de negócios com o Brasil.
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